Mamã… mamããã…. a voz de uma criança de 6 anos de idade, que se encontrava no meio de arbustos, a 50 metros da sua residência, irrompia no ar clamando por ajuda.
Foi por volta da meia-noite, hápouco mais de um ano. A menina encontrava-se desamparada naquele lugar, onde chegou transportada por um malfeitor. Roubou-a do aconchego da sua casa modesta, que dispensa alguma fechadura, onde dormia com a sua mãe, avóe os irmãos. Foi retirada de mansinho para ser dilacerada, psicológica e fisicamente, sem escrúpulos, sem remorso. O criminoso deixou-a traumatizada, ensanguentada, gemendo de dor…
A sua mãe, Thule Matusse, de 28 anos, casada, agricultora e mãe de 4 filhos, ouviu o pedido de socorro da sua menina, no momento em que sentiu necessidade de ir a casa de banho que fica na parte externa da casa. Foi quando descobriu que a porta estava semi-aberta. O facto assustou-a, consequentemente,“pensei logo nos meusfilhos. Corri para apalpar o espaçoonde dormiam e senti quefaltava um. Era a minha filha”.
Chocada, recorreu ao fósforo e a vela para iluminar o compartimento. Certificou-se do triste facto, e não viu outra alternativa senão procurar, coma ajuda da sogra e dos vizinhos,por “Thulinha”, assim identificadanesta matéria.
A verdade e que as luzes usadas nessa terrível missão não tiveram nenhuma serventia, afinal a voz frágil e desesperada era suficientemente audível. Restou, apenas, seguir o som. Com efeito, encontraram Thulinha”sentada, de olhos vendados. A cena foi horrível, conta a mãe:“ela estava muito magoada egemia…Levámo-la ao hospitalde Magude, mas em seguidatransferiram-na para Manhiça,por causa da condição em quese encontrava”. No entanto, nem aqui foi acolhida. O estado da criança era grave. De Manhiça cumpriu uma transferência para Maputo, onde foi submetida a uma pequena cirurgia de forma a fechar a fenda criada pelo violador sexual, apontado por Thule apenas como “José”.
Afirma que e um jovem que residia não muito longe do local do crime. Facto revoltante para a família e para os demais e que ele faz parte da família: “é tiodos meus filhos”, primo do seu marido, que na altura do crime se encontrava em Maputo, a trabalho. Leia mais…
Texto de Carol Banze