É uma das profissões seculares, quiçá menos faladas. A sua importância transcende as fronteiras do seu perímetro de actuação. Mas o facto é que esta é a profissão! Sim, aquela que exige força, foco, vontade e determinação, e o cumprimento rígido das regras de higiene e segurança no trabalho. A algumas horas do 1 de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, domingo homenageia esta classe e traz fragmentos da rotina de Mário Matsinhe, Armando Tivane e Mónica Matavele, três chefes de família e trabalhadores do Porto de Maputo e da Manica Estiva, respectivamente.
Para uns, o dia-a-dia passa por colocar, arrumar ou retirar a carga dos porões ou convés para as embarcações. Outros movimentam ou sinalizam o deslocamento de cargas e dispositivos das embarcações. O trabalho é pago por turno. Tais operações são feitas manualmente ou através de maquinaria específica, o que de forma nenhuma dispensa o acompanhamento dos profissionais.
Em conversa com Mário Matsinhe, que trabalha como estivador desde 2013, disse que a sua função consiste em movimentar diversos tipos de carga no Porto de Maputo, desde ferro-cromo até carga geral.
Explicou que há técnicas para fazer tais movimentos, de modo a não danificar a carga e não sair lesionado. “Por exemplo, um saco de 50 quilos de arroz deve ser movimentado por duas pessoas, arrumar no tabuleiro e depois organizamos na lingada. O mesmo acontece com o peixe. Todo este trabalho é manual. Em casos específicos, usamos máquinas, mesmo assim precisa de homens para controlar”.
Na realidade, a presença do estivador é necessária para controlar a carga, a movimentação da máquina conhecida como banheira usada para carregar ferro-cromo para os camiões. Matsinhe considera o seu trabalho “muito interessante. Mas, como outras profissões, é preciso gostar dele. Há muita gente que vive disto e é um trabalho muito antigo, mas outros não aguentam sequer um dia”. Acrescentou que o estivador existe em diversas empresas, “não só nos portos”. Entretanto, orgulha-se do trabalho que faz, apesar das dificuldades que enfrenta no dia-a-dia. Um dos problemas com que se depara é a falta de respeito e de bons modos da parte de alguns supervisores. Leia mais…
Texto de Angelina Mahumane
angelina.mahumane@snoticias.co.mz
Fotos de Jaime Machel e cortesia do Moiani Photography