A Ministra da Saúde, Nazira Abdula, defendeu, em Nova Iorque, a necessidade de um maior investimento na prevenção com vista a acabar com a epidemia do HIV e SIDA.
Falando no Encontro de Alto Nível da Assembleia Geral sobre HIV e SIDA como epidemia até 2030, Nazira Abdula, em representação do Chefe do Estado Filipe Nyusi, disse que tem que se encontrar formas para um maior envolvimento dos homens na prevenção e nos cuidados e tratamento “se pretendemos acabar com a epidemia”.
De acordo com a titular da Saúde, há dados indicam que os homens continuam a ter um papel importante na transmissão, pois poucos sabem do seu estado em relação ao HIV e poucos estão em tratamento.
Referindo-se ao contexto moçambicano, Nazira Abdula disse que o nosso país registou progressos na redução da transmissão pela via sexual de HIV em 25 por cento.
No que tange à eliminação de novas infecções em crianças até 2015 e redução substancial de mortes maternas relacionadas com o SIDA, o nosso país registou uma redução da transmissão de 11.9 por cento, em 2013, para 6.2 por cento em 2015.
Para minimizar as dificuldades financeiras, foi feita a descentralização da resposta ao HIV e está em curso a elaboração da estratégia de financiamento para a saúde no geral e para HIV em particular, focalizando na mobilização de recursos domésticos, destacou a ministra.
Nazira Abdula enalteceu que Moçambique apoia a “Declaração Política 2016” por ser abrangente e aborda as acções cruciais para acabar com a epidemia de HIV e SIDA.
Moçambique reconhece que, embora o mundo tenha alcançado progressos significativos, ainda há muito por fazer para alcançar um mundo livre de HIV e SIDA. A velocidade com que as novas infecções por HIV em adolescentes, jovens e adultos está em queda, o mundo fica aquém do cumprimento das metas actuais. Na verdade, novas infecções por HIV estão a ressurgir em algumas partes do mundo, particularmente nos país que tiveram cortes no apoio externo. Cada nova infecção pelo HIV é demasiado e dois milhões por ano é simplesmente inaceitável, especialmente quando temos a ciência para impedi-las e intervenções que são simples e de baixo custo, frisou Nazira Abdula.
No dizer da titular da Saúde, os progressos alcançados no contexto da moçambicanização da “Declaração Política de 2011”, permite encarar o futuro com optimismo, esperança e acreditar que, mais uma vez, o país vai moçambicanizar a “Declaração de 2016”, adequando-a às metas no contexto nacional, na base do Plano Estratégico de Combate ao HIV e SIDA, 2015-2019, aprovado pelo governo.
O encontro de Alto Nível realizado em Nova Iorque entre quarta e sexta-feira passada centrou atenções na necessidade de se acelerar a resposta ao HIV/SIDA ao longo dos próximos cinco anos, de modo a colocar o mundo no caminho certo para acabar com a epidemia em 2030, como parte dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
De referir que no encontro estiveram presentes, entre outras entidades, o secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, o Presidente da Assembleia Geral, Mogens Lykketoft, Chefes de Estados membros, organizações internacionais, sociedades civil e pessoas vivendo com HIV e SIDA.