As águas do Vale de Mulauze, que integra uma área da cintura verde da cidade de Maputo, correm o risco de ficar contaminadas. O grito de alerta ‒lançado na recente reunião do Conselho Consultivo Distrital de KaMubukwana ‒vem dos camponeses que desenvolvem o cultivo de hortícolas ao longo das margens daquele riacho.
Segundo disseram, as unidades industriais e estabelecimentos comerciais que surgiram ao longo da Avenida de Moçambique têm estado a descarregar diferentes resíduos directamente para o Vale de Mulauze as águas resultantes dos processos produtivos.
O receio de as águas, que servem para a rega das culturas agrícolas, ficarem contaminadas, deriva do facto de, alegadamente, não existir nenhum tratamento dos resíduos antes das descargas.
O problema não é novo. Em outras ocasiões, os camponeses pediram socorro devido à presença de águas residuais da fábrica “Lusovinhos”, assim como da antiga “Fapacar”, localizada no bairro George Dimitrov.
Nas traseiras da INCEP (Indústria Nacional de Cartão e Papel), antiga “Fapacar”, são visíveis os vestígios do despejo directo de águas residuais no riacho, o que altera por completo a sua cor, exalando inclusive um cheiro fétido.
A gerência da empresa defende que o líquido que tem sido despejado constitui 5 a 10 por cento das águas residuais do processo de produção e não apresenta risco de contaminação.
Texto de Benjamim Wilson