‒Dália Matsinhe, psicóloga
“Os amantes têm diversos motivos para o serem. Às vezes iniciam o relacionamento sem saberem que o outro já está comprometido, outras sabendo e não se importando com esse facto. Início, esse, que pode ser por amor, prazer, aventura, paixão, entre outros.
Mas a sua manutenção, mesmo após reconhecimento da relação oficial, apesar de poder ser também por amor, paixão, aventura, prazer, também pode ser por comodismo, baixa auto-estima, esperança de um dia vir a ser a principal, ou até indiferença em relação ao facto de ser amante”, explica a psicóloga Dália Matsinhe.
Entretanto, sublinha que, “sem a vontade do comprometido ‒que é quem deve fidelidade ao cônjuge ‒não existe amante. Quem tem o dever de ser honesto e fiel para com o marido ou a mulher é o comprometido e não a figura do ou da amante”.
Relativamente às pessoas que sentem vontade de desestabilizar uniões alheias “pode ser por vingança, vontade de ser o ou a principal, ou mesmo por gosto ou prazer pelo jogo de acabar com casamentos alheios, ou até algo mais perigoso como ciúme doentio ou assédio persistente (stalking). Este último é bastante perigoso, porque pode acabar em morte, seja do ente casado, do amante ou dos familiares”, enumera.
As consequências que podem disso advir “começam da desestabilização do casamento e da harmonia familiar, e podem chegar ao término da união ou, em casos extremos, em morte. Mas também, a família pode apresentar desconfiança para com o ente que trai, desilusão, ou até indiferença, pois existem também cônjuges que com medo de perder, de ficarem sozinhos ou sozinhas, aceitam a figura do amante durante muito tempo”, acrescenta.
Entretanto, se tratando de casos de importunação, a solução é “pedir ajuda à Polícia, juntando todas as provas de assédio por parte do/a amante”.