– imploram crianças da “Continuadores” na abertura da 5ª Sessão do Comité Central da Frelimo
“Nós somos pela paz, para caminharmos por uma estrada cheia de cores; “Queremos paz para que todas as crianças possam estudar!; Queremos passar o nosso dia em paz!”. Estas são algumas das inquietações ressoadas por crianças da Organização Continuadores, por causa da situação político-militar, na cerimónia de abertura da 5ª Sessão do Comité Central (CC) do Partido Frelimo, realizada de 13 a 16 do corrente mês na Matola.
À margem do referido evento, domingo abriu um espaço para que alguns desses menores expressassem o que lhes ia na alma. Shirley de Carvalho, Vanessa Zunguza, Fernando Santos e Abdul André deixaram patente o seu apelo pela tranquilidade.
“Quero viver em paz aqui no meu país”, estas são palavras de Shirley, 12 anos, aluna da sétima classe na Escola Primária Completa da Machava 15. Apesar da pouca idade, demonstra consciência de “cultivar o amor pelo próximo”. Esta mensagem é endereçada a todos os moçambicanos, pois,“não quero ouvir falar de assassinatos, isso faz-me mal!”, desabafou.
São recados de importância descomunal: “quando oiço falar de ataques armados fico mal, vivo com medo”, diz Vanessa Zunguza, de 11 anos, aluna da sétima classe na EPC da Machava 15.
Entretanto, a participação destas crianças na abertura do CC foi movida por outro motivo especial. “Vim para saudar o Presidente Nyusi. Fiquei feliz. Disse-lhe algumas palavras, desejei sucessos no trabalho” e, aliando o útil ao agradável, aproveitou a ocasião para dizer que “nós crianças queremos viver em harmonia, num ambiente em que não haja sofrimento”.
Ciente do que ocorre igualmente sob o ponto de vista económico, pede que “o Presidente Nyusi ajude os que não têm mantimentos e roupa”. Vanessa justifica-se afirmando que “as coisas são caras, muita gente não tem capacidade de compra”. Já de recado endereçado, revelou que quando atingir a idade adulta pretende trabalhar como “advogada para defender as pessoas inocentes, que tenham sido injustiçadas” e, por fim, lançou um apelo a todos os moçambicanos para que “sejam bons uns com os outros”.
São lições de moral dadas por seres humanos de palmo e meio, que renovam a esperança de um futuro melhor, mas que apelam para que o mundo actual seja tranquilo e aprazível, que a convivência entre os seres humanos seja melhor, abrindo espaço para a fraternidade.
É o que Fernando Santos, de 12 anos, aluno da sétima classe na EPC da Matola C anseia e coloca em prática no seu dia-a-dia. Admirador do Presidente Nyusi, conforme confessou: “viemos para saudar o Presidente. Nós gostamos dele. Ele é bom”. O petizdeixou claro que não quer ouvir falar de guerra. “A guerra causa mortes, as crianças ficam sem casas, perdem seus pais, algumas não vão à escola”. Soluções para estes problemas são, portanto, avançadas por Fernando. “Deve haver um ‘encontro’ (entre o Presidente Nyusi e o presidente da Renamo), para vivermos em paz ”.
Ainda na pré-adolescência, demonstra seu interesse em seguir a política quando for adulto. “Quando crescer quero ser político”. Seus motivos passam também por…“querer aparecer na televisão, ficar famoso”. Este pode ser encarado como uma futilidade, mas encerra uma grande utilidade quando Fernando afirma que pretende usar a media, também, para promover a paz.
Espontâneo, envia uma mensagem para o tio Afonso Dhlakama para que “saia de onde está para fazer uma reunião para termos paz. Nessa altura, vou dizer ‘Obrigada pela paz’”, promete Fernando.
Este é um assunto a resolver o mais urgente possível, pedido feito, também, por Abdul André, de 12 anos, aluno da sétima classe na EPC da Matola C: “O Presidente Nyusi e Afonso Dhlakama devem apertar as mãos para não haver guerra. Queremos passar o dia 1 de Junho (Dia da criança)em paz”.
Ao apresentar seus argumentos lembrou que “todas as pessoas do mundo foram crianças”, daí que questiona, a terminar“quem não gostava de brincar e de estudar sem medo?”.
Texto de Carol Banze
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