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Quando a beleza combina com a continência

Por admin

Como tem sido apanágio, as comemorações do dia da mulher moçambicana foram também marcadas pela beleza e ginga da mulher. Este ano, domingo submeteu-se a uma missão quase impossível: fotografar e colher depoimentos de agentes do exército e da polícia que se destacam pela gracilidade de perfil.

Sob olhares um tanto ao quanto ameaçadores arrancou palavras destas mulheres valentes e convida os leitores a conhecerem o lado mais afeminado deste grupo social.

Lábios devidamente pintados, sobrancelhas no ponto, unhas perfeitas, cabelo devidamente cuidado já não é privilégio exclusivo da mulher modelo, escriturária, executiva, hospedeira, entre outras. Sem intenção de criar balizas temporais, arriscamo-nos a dizer que hoje em dia é notável a preocupação com a formosura no quartel e na esquadra da polícia.

Mais do que falar de constatações, domingo conversou com estas mulheres que, na primeira pessoa, confessaram o seu fascínio pelo batom, lápis delineador entre outros acessórios de beleza. “Eles são indispensáveis para qualquer mulher”, diz-nos Matânia Eugénio, agente da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Fazendo jus a sua propriedade, a nossa entrevistada confessa-se preocupada com a sua imagem. Tamanho cuidado fá-la levantar-se da cama “muito cedo” para que lhe reste tempo de consultar ao espelho se sai à rua em perfeitas condições.“Não me acho vaidosa ao extremo, simplesmente gosto de estar sempre elegante. Na minha bolsa não falta, pelo menos, um batom”.

Este hábito comum em mulheres coloca Isabel Chapo como parte integrante da lista. Também agente da PRM, sua beleza natural é colocada no ponto com recurso a enfeites fabricados especialmente para as mulheres.

De sobrancelha afinada, olho realçado pela ponta dum pincel e passos cadenciados que amalgamam a marcha militar com o balancear típico de mulher, a agente Isabel declara a sua queda por sapatos de salto alto “em ocasiões especiais, fora do meu trabalho”.

Trata-se, sem dúvida de mulher que, à semelhança de Elisabete Suluque, membro da PRM não descuida de si. Mas é tudo uma questão de escala. Mais comedida, Elisabete chama atenção para a necessidade de evitar excessos. “Não podemos nos expor demasiadamente”, de qualquer forma, a mulher deve refinar a sua aparência física. “Acerto a sobrancelha, cuido do meu cabelo, gosto de colocar mecha e extensões”, afirma. Ainda assim, uma fragrância fecha o conjunto. “Gosto muito de perfumes, nunca pode faltar na minha lista de recursos”, disse aos risos.  

Ora, assumindo o facto de que primar pela discrição é o sensato, Selma Augusto, militar, considera-se uma mulher vaidosa, mas com limites. “O meu trabalho não me dá muitas margens”. No entanto, como mulher que é“não saio de casa sem aplicar um lápis para realçar as sobrancelhas e as pestanas”. Com o mesmo recurso contorna os lábios e destaca a feminilidade. Dessa forma, declara Selma Augusto, “sinto-me mais bonita”.

Mas há quem não resiste a um pequeno adereço, aparentemente, pouco importante: o brinco. Essa é Rita Virgílio, membro da PRM. “Não dispenso os brincos porque realçam a beleza do rosto. A mulher fica poderosa”. Ficou a dica e restou espaço para alguns acréscimos: “uso também uma maquilhagem básica quando vou ao trabalho. Uma boa aparência é passaporte para muita coisa. Portanto, não me permito sair de casa sem aplicar lápis nos olhos, batom nos lábios e sem passar um bom perfume no uniforme”, remata Rita Virgílio.

Texto de Carol Banze, Luísa Jorge e Maria de Lurdes Cossa

Fotos de Jerónimo Muianga

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