O Conselho Municipal de Maputo vai lançar formalmente, no corrente mês de Maio, um projecto visando a requalificação dos bairros Polana-Caniço A e B, zonas densamente povoadas da capital do país.
Para tal, será promovida
uma conferência de investidores,
a qual deverá
juntar diversas sensibilidades,
com destaque
para empresários do sector privado
nacional e internacional,
bem como de entidades públicas
interessadas em investir na criação
de habitação para os seus
funcionários.
A edilidade, em parceria com
o IGEPE, rubricou um memorando
de entendimento em 2008,
no âmbito do qual foi elaborado
um estudo detalhado sobre a requalificação
dos bairros Polana-
-Caniço A e B.
Esse estudo comporta vários
resultados, nomeadamente
o Plano Parcial de Urbanização,
aprovado em finais do ano passado,
o Plano de Pormenor que
foi submetido à Assembleia Municipal A suportar estes estudos, há
uma série de outros levantamentos
que foram realizados, como
é o caso da necessidade em
termos de infra-estruturas, tipo
de arruamentos e sua extensão,
avaliação do sistema de abastecimento
de água, bem como de
outros serviços.
De notar que, a titulo de
exemplo, a actual rede de abastecimento
de água naquelas zonas
residenciais é considerada
precária, precisando de melhoramentos
de grande vulto.
Quanto ao saneamento e drenagem,
vai ser necessário fazer
um trabalho profundo, visto que
a zona é sensível, servindo como
exemplo o facto de em 2000 ter
sido bastante afectado pelas enxurradas
que se abateram sobre
diversas áreas da cidade.
O estudo determina o número
de escolas que devem ser instaladas
e os lugares onde devem
estar localizadas as infra-estruturas
públicas, como scolas,
hospitais, esquadras, terminais
de transporte, parques para estacionamentos,
entre outras.
Segundo nos disse o vereador
para o pelouro das Actividades
Económicas, João Munguambe,
o Plano Parcial de Urbanização
define o zoneamento e uso do
solo para os Bairros Polana-Caniço
A e B, facto que vai implicar
refazer aquelas duas zonas residenciais.
O plano, de acordo com a
fonte, vai permitir a duplicação
do número de ocupação populacional,
fixada actualmente em
cerca de 18 mil famílias, o correspondente
a cerca de 91 mil
pessoas.
De acordo com o plano, que
prevê a densificação através de
construções em altura, pode se
elevar para o dobro o número de
ocupações naqueles dois bairros
residenciais. Em termos de
construções em altura, existirão
áreas cujos edifícios poderão ser
até quatro pisos, outras com oito
e outras até quinze andares.
De referir que a área de intervenção,
estende-se desde a zona
da Escola Portuguesa até a parte
traseira do Campus da Universidade
Eduardo Mondlane, passando
pela zona do “compound”,
até a Avenida FPLM.
Face à proximidade da zona
do Aeroporto Internacional de
Maputo, poderão ser instalados
os edifícios com menor altura,
sendo que as construções de
maior elevação deverão se situar
ao longo da “Marginal” da cidade.
Prevê-se, com o plano, atingir
entre 25 a 30 mil habitações.
Temporariamente, na fase
de implantação dos novos edifícios,
vai ser necessário retirar
algumas famílias, que depois
poderão voltar para ocuparem
os apartamentos dos primeiros
conjuntos habitacionais em
altura. Receber dinheiro como
compensação, de acordo com
Munguambe, será a última opção
a ser considerada no projecto de
requalificação, como forma de
evitar o risco de as pessoas desencaminharem
os valores.
O investimento imobiliário
para os bairros Polana Caniço A
e B está avaliado 3.5 mil milhões
de dólares.
De notar que este projecto
está desenhado para ser implementado
ao longo dos próximos
dez anos.
Benjamim Wilson
benjamim_wilson@yahoo.com.br