Crianças de tenra idade vendem ovos cozidos, bolos, recargas de telemóvel, sacos plásticos, amendoim, entre outros produtos alimentares e de limpeza. Assiste-se a este cenário em todos os centros urbanos do país. A Direcção Nacional da Criança explica que muitos menores que se dedicam ao comércio informal foram aliciados e abandonaram as suas zonas de origem para se fixarem nas cidades.
Na cidade de Maputo, o maior número delas vem de outros pontos do país,com destaque para Gaza, Inhambane, Sofala, Manica e Zambézia. Algumas contaram ao domingo que o negócio é praticado para ganhar pão; outras para garantir os estudos; outras ainda para conseguirem sustentar os seus irmãos, assim como os seus pais.
Algumas confessaram que foram orientadas pelos pais para desenvolverem aquela actividade por forma a aumentar a renda familiar. Apesar de trabalharem e terem filhos mais velhos, obrigam os mais novos a aplicarem-se no negócio e nisso outros abandonam as suas casas para morarem com os seus patrões, sendo que estes desembolsam mensalmente um valor monetário para os seus progenitores.Muitas vezes estas crianças acabam desistindo da escola dada a intensidade do trabalho. Deste modo, pululam nas artérias da cidade, principalmente, em terminais mais frequentados, nomeadamente Praça dos Trabalhadores, Praça dos Combatentes e Zimpeto, com as mãos e cabeças carregadas de baldes contendo produtos diversos.