No âmbito da celebração do Dia da Medicina Tradicional Africana, celebrado sexta-feira última, 31 de Agosto, o domingo privou com Milagrosa Roque Manjana, directora geral da Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique (AMETRAMO), para falar da medicina tradicional no país, cuja institucionalização ocorreu “quando começámos a ver que a medicina tradicional havia se tornado numa ajuda indispensável a determinadas doenças, sobretudo, nas comunidades, onde não existia uma unidade sanitária por perto”.
Com efeito, a relação entre a associação e o sector da Saúde tende a estreitar-se cada vez mais, de acordo com as suas declarações. Entretanto, persistem grandes desafios, sobretudo no que toca ao fabrico local de produtos de medicina tradicional e, igualmente, na fiscalização da actividade. Motivos são vários: desde a proliferação de falsos médicos tradicionais até à existência de falsas declarações, daí que aproveita o ensejo para fazer uma advertência: “Cuidado!… nós não curamos todas as doenças”.
Como está a saúde da Ametramo?
Neste momento a nossa Associação está de boa saúde. Estamos a traçar novas direcções ao nível nacional, tudo no sentido de dar o nosso melhor e servir a sociedade.A Associação tem quantos membros?
Neste momento não sei dizer ao concreto quantos membros possuímos, pois a cada dia temos recebido novos associados. Mas a nova direcção é constituída por oito membros.
Qual tem sido a vossa relação com a medicina convencional?
Temos procurado desenvolver o nosso trabalho em parceria com a medicina convencional. Por exemplo, ao contrário do que se vivia nos tempos passados, quando o médico tradicional internava o seu paciente dentro da sua casa, crendo que podia curar todas as enfermidades, hoje fruto do trabalho mútuo, encaminha o doente ao hospital.
Texto de LUÍSA JORGE