Nome: Joice Alberto Chunguana
Naturalidade: Maputo
Residência: Maputo
Profissão: Operadora de câmera
Conquistas: a “muthiyana” de fibra do domingo conta que o distrito da Manhiça foi palco da sua primeira infância, na companhia dos pais e avós paternos até aos 5 anos de idade. Perdeu a mãe ainda em tenra idade (5 anos), por esta razão, mudou-se para a capital, no bairro de Mavalane “B”, onde passou a morar com os avós maternos. Aqui, frequentou o ensino primário na Escola Primária Completa Mavalane “B”. O ensino secundário, por sua vez, foi dividido entre duas escolas: Escola Secundária da Solidariedade e Escola Secundária de Laulane.
Terminado o ensino médio, tentou ingressar na faculdade. Todavia, não conseguiu lograr os seus objectivos, mas não desanimou e optou por trilhar outros caminhos. “Certo dia, enquanto assistia à televisão, passou um ‘spot’ publicitário na TV Sucesso, sobre uma academia que oferecia cursos de comunicação. Interessei-me por fazer câmera. Suscitou-me a curiosidade de saber como é que as coisas chegam até nós, a partir de uma câmera, estando em casa”, explica.
Apesar de ter feito este curso, esta mulher de fibra narra que essa não foi a primeira escolha. Quando chegou à academia, tinha outros planos. “Queria fazer o curso de técnicas de apresentação por ter mais visibilidade”, mas a directora da instituição sugeriu-lhe que abraçasse a área onde se encontra hoje, ou seja, a ser operadora de câmera. Foi por isso que “acabei optando por câmera por oferecer um mercado consideravelmente acolhedor, visto que, após a formação, posso criar os meus projectos sem depender inteiramente da televisão”, desabafou.
Lembra que o início do curso foi difícil por ser a única mulher entre os formandos. Narra que quando chegasse a vez das aulas práticas a situação era constrangedora por haver preconceito no concernente ao maneio do instrumento de vídeo. “Comentários tais como ‘tu és mulher, podes deixar cair a câmera… podes não fazer bem o trabalho’ eram desanimadores, mas eu não dei ouvidos porque sabia o que queria e ganhei força, empenhei-me para mostrar a todos que eu era capaz”.
Para que as coisas estejam a correr de feição, teve de superar os pensamentos limitantes até da família.
Sonho: “Tornar-me jornalista”, declara. Admite que o jornalismo sempre foi a sua paixão. Entretanto, por se considerar tímida, vê nesta profissão uma oportunidade para acabar com a timidez.