Nome:Irene António Chilaule
Idade:38 anos
Naturalidade:Maputo
Ocupação: Auxiliar de enfermagem
Conquistas: Nasceu e cresceu no bairro de Malhazine, em casa dos seus pais. Mas o ambiente familiar não a deixou relaxada, pois sempre quis se sentir independente, a partir da escola até as suas necessidades pessoais. “Sempre fui rebelde e dominada pelo lado mau de não querer estar na asa dos meus pais. E também não me interessava muito pelos estudos na altura, somente gostava de brincar com crianças vizinhas, como se eu fosse uma educadora de infância”.
Mas, passado algum tempo, as coisas mudaram. A mulher de fibra do domingo contou que no ano de 1995, quando frequentava a 5.ª classe, despertou nela a vontade de estudar. Mas, ao ficar aprovada para a 8.ª classe, teve de interromper os estudos por falta de vagas. A sua idade já estava avançada, e a saída foi se matricular numa escola privada.
Com efeito, passado algum tempo, começou a trabalhar como servente num restaurante. Usava o seu salário para custear os estudos. No ano de 2000 inscreveu-se numa escola privada. Em 2001, teve o seu primeiro filho, que foi motivo da segunda interrupção. Ao retornar, dois anos depois, “tinha de dar mais de mim porque toda a responsabilidade era minha. Tentei trabalhar como cabeleireira durante 6 meses na África do Sul; como camareira num hotel em 2009; ganhei uma banca no mercado Zimpeto, mas nunca me senti confortável com isso, porque não era o meu sonho”, revela.
Apenas em 2013, ao concluir o nível médio e ser chamada para trabalhar como agente de serviço no sector da saúde, respirou de alívio. Aqui se sentiu bem. Actualmente, a nossa mulher de fibra tem 2 filhos, duas casas, e está noúltimo ano do curso de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos. “Agora digo que a minha rebeldia tornou-me uma grande mulher”.
Sonhos: Fazer mestrado em psicopedagogia,“pois sempre quis ser docente. Gosto de ensinar e aprender”, afirmou.