– Comandante-Chefe na tomada de posse dos novos ministros da Defesa e do Interior
O Presidente da República e Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Filipe Nyusi, desafiou os novos ministros da Defesa Nacional e do Interior, Cristóvão Chume e Arsénia Massingue, respectivamente, a prosseguirem a reforma e o aperfeiçoamento dos instrumentos estruturantes do sector, incluindo a legislação.
Para o Chefe de Estado, tais reformas visam dotar as FDS de leis conceptuais que respondam à actual conjuntura e novas ameaças.
O estadista moçambicano, que falava sexta-feira momentos depois de conferir posse aos novos titulares das pastas da Defesa, do Interior e da Casa Civil da Presidência da República, Constantino Bacela, destacou a necessidade da produção de um estudo sobre o funcionamento da Polícia de Guarda Fronteira.
Igualmente figuram como desafio a preparação das Forças Armadas de Moçambique (FADM) para o empenhamento e resiliência em todas as fases de combate, sobretudo, após a retirada das forças estrangeiras que ajudam na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado.
A par disso, segundo o Chefe de Estado, é preciso criar infra- -estruturas condignas, manutenção e requalificação das existentes e edificar novas, em função das necessidades do país.
O Presidente da República instou ainda os empossados a imprimirem uma dinâmica com vista à humanização do sector das FDS através do reforço de campanhas de sensibilização das comunidades para se sentirem mais próximas das forças e melhor defendidas.
Frisou ser fundamental o aproveitamento pleno da capacidade instalada no Serviço Cívico de Moçambique. Dirigindo-se particularmente ao ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, Filipe Nyusi referiu que o combate ao terrorismo continua nas prioridades, até porque o novo timoneiro conhece bem o terreno, tendo coordenado o ataque que culminou com a recuperação da vila-sede de Mocímboa da Praia.
A ideia é restaurar o mais rápido possível a segurança e garantir o regresso seguro da população às origens para continuar a desenvolver normalmente as suas actividades. Assim, prosseguiu, às FDS colocam-se desafios que passam pela sua modernização, isto é, estar a par da evolução da tecnologia; maior coordenação com os integrantes das forças locais, que têm domínio de terreno.
Para o Chefe de Estado, o sector da Defesa afirma-se como forja da unidade nacional, garante do desenvolvimento humano, económico e social. “Na actual conjuntura de implementação do nosso Programa Quinquenal do Governo, este ministério é um dos pilares para a prevalência de um ambiente de paz, harmonia e tranquilidade no nosso país sem a qual a materialização da nossa acção governativa não seria possível”, sublinhou.
Relativamente à ministra do Interior, por sinal a primeira mulher a ocupar o cargo, Filipe Nyusi afirmou que este pelouro tem imensos desafios, entre eles, o combate ao terrorismo e extremismo violento; crime organizado, raptos e sequestros e branqueamentos de capitais. “Também tem de combater os novos tipos de crime e ‘modus operandi’ dos criminosos que incluem o combate aos crimes violentos, branqueamento de capitais, crimes cibernéticos e ambientais, entre outros, assim como operacionalização e modernização do SERNIC e Serviço Nacional de Migração, dadas as novas ameaças e nova tipologia de crimes”, afirmou. Nyusi disse ser igualmente fundamental imprimir medidas com vista à redução da sinistralidade rodoviária, o que envolve uma maior responsabilização aos agentes da Polícia de Trânsito. Entretanto, ao ministro na Presidência para Assuntos da Casa Civil deixou o desafio de melhorar a relação entre os diversos órgãos de governação. “Tem de auxiliar o Chefe de Estado no exercício das suas funções. Neste sentido, cabe a responsabilidade de supervisionar e orientar toda a actividade do Gabinete do Presidente da República, fazer uma gestão criteriosa dos recursos humanos, materiais e financeiros tendo em conta a contenção dos custos”.