As obras de construção do Hospital Provincial de Maputo (HPM) voltaram a ter nova data para a sua conclusão. Novos relatórios dão indicação de que só poderão terminar no próximo semestre.
Entretanto, estão em formação cerca de 60 técnicos de diferentes sectores de saúde. Uma parte destes será afecta naquele hospital e outra distribuída para os diferentes centros e postos de saúde da província.
As obras de construção do Hospital Provincial de Maputo (HPM) iniciaram em 2008 com a previsão de conclusão de 17 meses. No entanto, o tempo foi se arrastando até ao presente ano.
Em conversa com o médico-chefe provincial, Stélio Alfredo Dimande, ficamos a saber que o prazo das obras se prolongou devido a vários motivos, de entre eles a correcção do modelo anterior da planta, assim como a exiguidade dos fundos disponibilizados.
Em relação à correcção do modelo, Dimande disse que o Governo achou que era necessário incluir mais serviços que não faziam parte do primeiro plano, como é caso de neonatologia, e aumentar a capacidade de alguns que já estavam contemplados, como cozinha, laboratório/farmácia, morgue, entre outros.
Dimande referiu que o atraso na disponibilização dos fundos através do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) contribuiu para o abrandamento dos trabalhos, visto que, sem material para as obras, o efectivo de pessoal foi reduzido.
Contudo, o médico-chefe provincial avançou que o último factor foi ultrapassado e, neste momento, há um trabalho árduo, tanto por parte do empreiteiro, assim como do Governo, no sentido de até ao segundo semestre as obras estarem terminadas.
E para permitir a flexibilização dos trabalhos, o empreiteiro foi orientado a reforçar de novo o efectivo reunindo indivíduos capacitados, de forma a garantir um trabalho de qualidade e de longa duração.
Durante a nossa conversa com o médico chefe provincial, ficamos a saber que, recentemente, foi formada uma equipa constituída por elementos vindos do Ministério da Saúde, Governo da Província, Direcção Provincial da Saúde e fiscais da obra, cuja missão é pressionar o empreiteiro, assim como os financiadores das obras a cumprirem o acordo, sem colocar de lado a qualidade.
Esta equipa, que começou a trabalhar na semana passada, reúne-se uma vez por semana para avaliar o trabalho efectuado pelo empreiteiro durante a semana anterior.
Na visita que a nossa Reportagem efectuou recentemente ao local onde futuramente vai funcionar o Hospital Provincial de Maputo constatámos que decorre já a colocação de azulejos, mosaicos, cabos eléctricos com respectivos postes eléctricos, para além da construção de uma casinha onde será colocado o gerador que irá garantir a iluminação, sempre que houver corte de corrente eléctrica naquelas instalações.
Mais obras em curso na província
As autoridades da Saúde têm o sentimento de que os postos e centros de saúde existentes na província não respondem às necessidades dos seus habitantes. Esta constatação surge pelo facto de nos últimos tempos terem nascido novos bairros, nos diferentes distritos, sem contudo ter-se construído, igualmente, infra-estruturas de serviço público, como é o caso de saúde.
Para fazer face a esta preocupação, estão em curso obras de requalificação e construção de centros ou postos de saúde em alguns distritos como Magude, Moamba, Boane, Manhiça, Matola, assim como Marracuene.
Recentemente, o Posto de Saúde da Matola-Rio foi transformado em Centro de Saúde, e, para beneficiar, sobretudo, as mulheres residentes nas suas imediações, que no passado eram obrigadas a dirigir-se a outros locais distante do bairro, como Beluluane, José Macamo e, inclusive, Hospital Central de Maputo.
Ainda no rol das obras que estão a ser erguidas para garantir o melhoramento do atendimento do público naquela província, está em curso, desde o ano passado, a construção de um centro de saúde em Moamba.
O centro, que se espera venha a entrar em funcionamento ainda este ano, contará, igualmente, com uma maternidade e casa-de-espera. As autoridades da Saúde acreditam que este poderá ajudar na melhoria do atendimento, pois o distrito passará a contar com sete unidades sanitárias.
“Ainda não conseguimos satisfazer as necessidades das comunidades, mas também podemos frisar que há zonas em que neste momento não constituem preocupação, caso particular do distrito de Matutuine que actualmente conta com 13 centros de saúde para cerca de 40 mil habitantes’, disse, tendo acrescentado que constituem preocupação para a sua direcção os distritos da Matola, Boane e Marracuene, onde, nos últimos tempos, vem se registando um aumento de residências e serviços.
A título de exemplo, o distrito da Matola conta actualmente com 16 unidades sanitárias e a sua distribuição não é equitativa. Para aliviar o sofrimento dos seus moradores, precisa-se de mais 10 centros de saúde.
“Continuamos apostados nas infra-estruturas, com maior destaque para Matola e Marracuene, sem excluir outros distritos da província. Sabemos que existem famílias que são obrigadas a apanhar “chapa 100” para chegar ao hospital. Neste momento, temos o plano de construção de centro de saúde em Nkobe, sendo que já foi lançado um concurso para o efeito e brevemente poderão iniciar as obras’, explicou Stélio Alfredo Dimande.
Num outro desenvolvimento a fonte anunciou que está a ser levada a cabo a formação de profissionais para diferentes sectores da saúde com maior destaque para enfermagem geral e materno infantil. No total são 60 indivíduos. Destes, 30 para enfermagem geral e o mesmo número para materno infantil.
Para além destes, outros 60 já foram formados e, actualmente, estão a aperfeiçoar as suas capacidades profissionais nos diferentes hospitais, postos e centros de saúde da cidade e província de Maputo.
Segundo Stélio Dimande, a maior parte destes profissionais será afecta ao Hospital Provincial e outra deverá ficar em alguns postos ou centros da província.
Acreditando-se que o número de profissionais ainda é exíguo, foi lançado recentemente outro concurso para a formação de mais 30 técnicos de saúde.