Informar aos cidadãos sobre práticas que levam a um bem-estar físico e moral constitui a prioridade das Feiras de Saúde organizadas por diversas instituições com o aval do Ministério da Saúde (MISAU).
A adesão de pessoas de diferentes idades é notável. Nestes eventos são realizados alguns exames médicos e diferentes actividades desportivas.
Medição da pressão arterial, testes de HIV, glicemia, índice de massa corporal, bem como o aconselhamento nutricional, prevenção de doenças como malária, e ainda actividades desportivas são algumas das actividades realizadas em Feiras de Saúde que tendem a ganhar destaque, nos últimos tempos no País.
Grande parte destes eventos é solicitada por empresas privadas e instituições pública ao Ministério de Saúde, num momento em que o estilo de vida e a dinâmica estonteante do quotidiano influenciam para o sedentarismo.
De acordo com Edite Thuzine, representante do Departamento de Doenças não Transmissíveis do Ministério da Saúde, as feiras vêm responder ao facto de, nos últimos tempos, o sector de Saúde no país estar a testemunhar uma fase de transição epidemiológica. “Nos anos anteriores, doenças como diabetes, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Tensão Arterial eram consideradas raras e afectavam pessoas em idade adulta. Hoje o cenário é o inverso. No Hospital Central de Maputo, por exemplo, dão entrada, por dia, entre três e quatro doentes com AVC”, disse Edite Thuzine.
Adiante referiu que “divulgamos os estilos de vida saudável e o primeiro conselho que damos às comunidades é que tenham o hábito de praticar actividades físicas e tenham uma dieta equilibrada”.
DESTINO DOS DIAGNÓSTICOS
Durante muito tempo o MISAU deu atenção especial às doenças transmissíveis por serem de maior ocorrência. Uma das medidas adoptadas à volta destas enfermidades foi a criação de uma base de dados. No entanto, o mesmo não acontece com as doenças não transmissíveis. Nestes casos, existe, somente, uma base de dados sobre os rastreios do cancro do útero.
Entretanto, resultados colhidos por técnicos em Feiras de Saúde nem sempre são usados como finais. Até porque, “não podemos considerar o indivíduo como hipertenso na primeira testagem que se faz, tendo em conta a possibilidade de interferência de factores que podem ter concorrido para o aumento da pressão na altura da testagem. Para apurar o facto, recomenda-se que a pessoa repita o exame pelo menos três vezes em semanas consecutivas na unidade sanitária mais próxima.
Luísa Jorge
luisa.jorge@snoticicas.co.mz