Vovó Rosalina Chongo, 66 anos
Quando se à dá luz uma criança, a vida de uma família se transforma. Ela pinta os cantos da casa de matizes coloridas; traz felicidade e renovação de almas. O seu choro é uma autêntica melodia aos ouvidos dos seus; é sinal de vitalidade. De qualquer modo, ele tem as suas fragilidades. Nas primeiras semanas de vida, para além de exigir todo o tempo e atenção, chora por vários motivos, sendo alguns dos quais a fome, fralda suja, o sono, etc., etc..
Para auxiliar, sobretudo, as mães de primeira viagem, o jornal domingo convidou a vovó Rosalina Chongo, de 66 anos, residente em Magude, a dar conselhos sobre como agir em circunstâncias em que o bebé chora ‘de forma incessante’. A questão foi curta e directa:‘o que é que a mãe deve fazer quando o recém-nascido não pára de chorar?’ A resposta veio em seguida, mas não sem antes apontar para os motivos que o levam a abrir o berreiro, como se costuma dizer em linguagem popular. Para ela, entre várias, há algumas situações que podem fazer com que o bebé se comporte de forma preocupante, chorando sem parar. “Pode ser por causa de cólicas. Vocês sabem que os primeiros dias são muito difíceis para o bebé, por isso se aconselha que se dê de tomar o gripe water, como normalmente o fazem, apesar de nós as madalas (idosos)acharmos que só com o medicamento tradicional, indicado por pessoas que entendem destas coisas, é que melhor se resolve o problema, até para não sofrerem de ataques epiléticos. É preciso matar a cobrinha que ataca o bebé”. Entretanto, voltando à vaca fria, a vovó listou outros factores que podem levar o bebé a chorar: “Pode ser também por causa do nome. Quando se dá um nome que os defuntos não aceitam, o bebé acaba sendo a vítima. Através das manifestações do bebé passa-se a mensagem segundo a qual ‘esse nome não é o certo’. Mas, também, pode ser porque o bebé não faz parte da família onde se encontra inserido. Ou seja, quando a mãe falha e atribui a criança a outro pai. Então, os verdadeiros defuntos da criança, da casa do pai de sangue, reivindicam a posse, fazendo-a chorar sem parar, principalmente no período nocturno”, disse.
A solução, portanto, passa por se “seguir a tradição para que ela não sofra duras consequências ao longo da vida”, aconselhou Vovó Rosalina.