O comboio apitou uma vez. Aproximadamente 10 horas, este era o tempo previsto para uma viagem de mais de 300 quilómetros com destino a Marromeu, saídos da capital de Sofala, Beira.
Da carruagem onde nos encontrávamos, uma luz fluorescente alumiava o ambiente fresco condicionado para embalar. Notas agradáveis ecoavam no ar, fazendo adivinhar um caminho longo, porém prazeroso rumo àquela terra encostada às margens do Zambeze.
De coração sossegado e cheio de planos, partimos em cumprimento de uma nobre missão: a cobertura da campanha para as eleições gerais e das assembleias provinciais, que decorreriam a 15 de Outubro.
Deixávamos, por alguns dias, o ambiente amedrontador que vivéramos horas antes em algumas vias da cidade da Beira. Por ali, havíamos cruzado com figuras errantes expressamente movidas a álcool, que soltavam palavras ameaçadoras, pedindo alguma moeda para comprar o que beber.
Perante a nossa reacção, os donos da terra de boa-fé imediatamente avisaram: “dona, tem de ter cuidado. Aqui, arrancam bolsas e telemóveis”. Leia mais…
TEXTO DE CAROL BANZE
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