Dia 14 de Fevereiro de 2019, cidade de Maputo. Luz, câmara, acção. Quem espera por uma descrição colorida de vermelho ‒ cor do amor – fazendo referência a olhares apaixonados e corações derretidos que se socorra apenas dos registos do passado para a satisfação da sua alma. É que é preciso não se esquecer que “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. Sim, o célebre verso de Camões assenta perfeitamente na ilustração do ambiente que cobriu as comemorações do Dia dos Namorados, ocasião especial em que eles param o “mundo” para gritar o quanto se amam.
Desta feita, domingo registou pouquíssimas juras de amor perante as suas lentes. Ao que tudo indica, “São Valentim” perdeu o encanto. Os corações petrificaram-se. Esta foi a impressão que se teve em conversa com Fausto Mussico e outros. Uma afirmação de espetar a alma foi inclusive lançada por Mussico: “comemorar para quê? Nem conheci esse tal Valentim”.
Os meses que antecederam o 14 de Fevereiro deste ano já denunciavam algum desencanto nos corações de muitos humanos cá da nossa praça. As redes sociais têm sido um verdadeiro veículo através do qual se mostra descrença em relação ao sentimento mais nobre que existe na face da terra, o amor. Várias são as brincadeiras que se fazem em torno das relações amorosas. Uma das expressões que dominam as “linhas” de comunicação dá conta de que o melhor que se tem a fazer é exaltar a pátria, mostrando total indiferença em relação às coisas do coração.
Texto: Carol Banze
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