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Aldo Marchesine: o homem de fístulas

Por admin

O professor Aldo Marchesini recebeu este ano em Nova Iorquw o Prémio de População das Nações Unidas em reconhecimento do trabalho que tem vindo a fazer no tratamento da fístula obstétrica em Moçambique.

Actualmente a trabalhar no Hospital Provincial de Quelimane, Marchesine é, a par dos professores Igor Vaz e Hélder Miranda, precursor do tratamento da fístula em Moçambique, estando empenhado na formação de uma nova geração de cirurgiões e tecnicosos superiores de cirurgia deta enfremidade.

Marchesine treinou quase todos os médicos que cuidam pacientes com fistula obstétrica no país.

Os números não mentem: em 2013 foram tratadas apenas 357 mulheres com fístulas obstétricas aonível nacional, o que é bastante pouco. A expectativa do MISAU é de até 2015 assegurar que cada província moçambicana tenha pelo menos um serviço de tratamento integrado desta patologia feminina de forma a abranger mais mulheres.

Segundo Armando de Melo, coordenador da EstratégiaNacional de Prevenção e Tratamento das Fístulas Obstétricas, existem neste momento 11 unidades sanitárias no nosso país que fazem o tratamento regular de fístulas obstétricas.

Segundo ele, o tratamento implica, quase sempre, o recenseamento, informação, pessoal capacitado e criação de equipas com capacidade cirúrgica. Actualmente, estas condições apenas existem no Hospital Central de Maputo, no Hospital Central da Beira, no Hospital Central de Nampula, no Hospital Provincial de Quelimane e no Hospital Provincial de Lichinga .

Ressalve-se que com o suporte do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), desde 2002 que Moçambique tem um programa Nacional de Tratamento de Fístulas e de formação de técnicos para a prevenção e tratamento.

Foi no âmbito deste programa que o país formou, nos últimos três anos, 24 quadros superiores em cirurgia de fístula dentre médicos especialistas, licenciados e bacharéis em cirurgia.

È fácil constatar que Moçambique dispõe ainda de quadros em número insuficiente para atender milhares de casos diagnosticados nas unidades sanitárias sobretudo nas províncias de Niassa, Tete, Zambézia, Nampula e Inhambane.

Segundo o MISAU a elevada prevalência nestas zonas prende-se, não só com a baixa cobertura assistencial ao parto nas zonas rurais, “ mas também com uma maior incidência de factores de natureza cultural, como por exemplo, os casamentos prematuros com partos numa idade muito precoce”.

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