Moradores dos quarteirões 17, 35, 57, entre outros do bairro da Mafalala, Cidade de Maputo, estão desapontados com a Empresa Águas da Região de Maputo. As torneiras estão secas desde
início de Agosto mesmo com pagamentos das facturas em dia. Responsáveis da empresa dizem que o problema é do seu conhecimento e que mecanismos foram accionados para o problema ser resolvido definitivamente em Outubro próximo.
A falta de água em alguns quarteirões da Mafalala é problema bicudo há longos anos. Os moradores dizem ser normal naquele bairro jorrar água nas suas torneiras apenas uma semana ou até dois dias, num intervalo de um mês
Os próprios fiscais da empresa, escalados para fazer o levantamento do consumo mensal nas residências dos clientes, não conseguem explicar o eterno problema. O que nunca faltam são as facturas mensais de cobrança de consumo.
Os residentes afirmam que para obter água recorrem às mesquitas, ao lar de estudantes, ao Corpo de Salvação Pública, assim como à residências de amigos e familiares localizadas nos bairros vizinhos do Alto-Maé, Central e Malhangalene.
CONSUMIDORES MANIFESTAM-SE
A nossa equipa de Reportagem deslocou-se recentemente àquele bairro que viu a nascer grandes personalidades desportivas, culturais e politicas do país, como Eusébio e José Craveirinha, para apurar o dia-a-dia de moradores que vivem sem o precioso líquido.
Amina Ahmad, moradora do quarteirão 57, disse que vive naquele bairro desde o início de Agosto e de imediato se deparou com esta situação que a deixa preocupada.
“É um sofrimento para todos. Precisamos de água para beber e para a nossa higiene diária. Veja que somos obrigados a acordar por volta das quatro horas da madrugada para tirarmos pelo menos cinco bidões de água na casa de alguém que tenha uma torneira a pingar. E somos obrigados a submeter as crianças ao pesado trabalho de carregar bidões cheios de água.”, disse.
Fátima Rachid Mulima, residente no quarteirão 35, afirmou que busca água na sede do Corpo de Salvação Pública, nas proximidades da Ronil.
“Já nem sei quando isto começou. Sofremos bastante, nem parece que temos torneiras nos nossos quintais. Para conseguirmos água fazemos uma grande ginástica. Com esta minha idade (60 anos) tenho que acordar cedo para ir até aos Bombeiros pedir água ”, queixa-se Fátima Mulima.
Por seu turno, Ricardina Cossa, do quarteirão 17, contou que certa vez discutiu com um dos fiscais da empresa Águas da Região de Maputo.
“Eu mandei voltar o tipo que vinha fazer leitura do consumo daquele mês, porque não tinha jorrado nenhum liquido na torneira da minha casa. Acho absurdo ser cobrado o que não consumo. Se sabem que não nos fornecem água, o que querem ler nas nossas casas? Dê-nos água e depois venham fazer as leituras de consumo que quiserem” , desabafou.
MELHORIA SÓ EM OUTUBRO
O porta-voz da empresa Águas da Região de Maputo, José Maria, disse à nossa Reportagem que o problema é do conhecimento das autoridades daquela instituição e que se deve as obras de reabilitação e colocação de novas condutas nos diferentes bairros da Cidade de Maputo.
José Maria referiu que o problema não afecta somente o bairro da Mafalala e a sua solução poderá ocorrer no próximo mês de Outubro.
José Maria fez saber que a empresa que representa teria recebido uma carta dos moradores da Mafalala solicitando o melhoramento do sistema de abastecimento de água.
E nós dissemos aos moradores que havia um trabalho que estava em curso e que até Outubro tudo seria melhorado. A nossa preocupação não é apenas vender água, mas também garantir o seu abastecimento regular, isso em todos bairros, disse José Maria.