A China e a Índia continuam a recusar seguir o caminho que o Ocidente quer que todo o mundo siga na crise ucraniana. Apesar dos reiterados apelos do Ocidente para que a Rússia seja isolada do resto do mundo, Pequim e Nova Delhi reafirmaram, semanas passadas, que vão continuar a estreitar as suas relações com Moscovo. A posição dos dois gigantes asiáticos foi reiterada quando altas figuras dos governos dos dois países receberam Serguei Lavrov, ministro dos negócios estrangeiros da Rússia, para conversações bilaterais. Enquanto a China diz estar determinada a intensificar as suas relações com a Rússia, a Índia avisou ao Ocidente que vai continuar a comprar petróleo russo e que o “interesse nacional” do país está acima de qualquer pressão que possa vir do Ocidente.
Em Fevereiro passado, depois de vários meses de crise e incertezas nas relações entre a Rússia, a Ucrânia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Moscovo lançou o que chama de “operação especial para desnazificar e demilitarizar” a Ucrânia. Antes do início da guerra, Moscovo havia elencado uma série de exigências à OTAN no que diz respeito à sua aproximação com a Ucrânia. De entre outras propostas, Moscovo exigia que a OTAN recusasse a adesão da Ucrânia e que fosse concedido o direito de veto a uma eventual vontade de adesão do país vizinho à organização. Com o argumento do direito das”. Pelo que aconteceu e tem sido dito até agora não há nenhum interesse da OTAN em entrar numa confrontação militar contra a Rússia. Essa não vontade é facilmente perceptível pelos riscos à segurança mundial que um eventual confronto militar poderia significar. Aliás, para justificar a sua inacção militar, que é a desejável, a liderança da organização apoia-se no argumento de que a Ucrânia não é membro da OTAN e, como tal, a organização não pode intervir. Foi este o argumento usado para dizer “não” aos reiterados apelos do presidente ucraniano para que se estabelecesse uma Zona de Exclusão Aérea sobre o país. O que restou à OTAN, e o Ocidente como um todo, é uma “arma” que foi idealizada depois da segunda guerra mundial – as sanções económicas. Elas são usadas como uma alternativa à guerra, mas infligindo danos que possam fazer com que o Estado alvo mude algum aspecto da sua política doméstica ou externa com o qual o sancionador não concorda. Leia mais…