Forjado no dia-a-dia do “notícias”, António Mondlhane é hoje um dos rostos do semanário domingo. Uma grande transferência do primeiro para o segundo andar. O actual chefe da redacção dá cartas e tem sido um impulsionador aguerrido do jornal “Online” do domingo. Formado em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane, tem uma estrada de vida que começa em Chibuto e tem o mundo como palco para ler, escrever e aprender sempre.
Se lhe perguntasse quem é António Mondlhane, o que me diria?
É difícil dizer quem eu sou. Mas em poucas palavras posso dizer que sou um homem simples e de mente aberta. Nasci no distrito de Chibuto, na província de Gaza, onde vivi parte da minha infância, antes de rumar para Maputo, onde, além de continuar a estudar, me fiz homem. Sou filho de mãe camponesa e de pai (já falecido) escriturário, que com a sua quarta classe ganhou o seu pão na revista Tempo, onde entrou como guarda. Tenho fortes ligações com as minhas seis irmãs, minha mãe e, naturalmente, com a minha família. Tive uma infância igual à de outros meninos. Joguei à bola, vendi “badjias”, petróleo… Dizem que sou humilde, mas não confirmo.
Jornalismo foi sempre seu sonho?
Tinha sido projectado para ser engenheiro agrónomo. O meu pai sempre viu futuro na agricultura, aliás, ele fez questão de matricular duas das minhas irmãs mais velhas na agricultura e hoje são engenheiras agrónomas e uma delas está casada com um engenheiro agrónomo. Por esta via também concluí um curso básico de agricultura no Chókwè, mas, mais tarde, enquanto não iniciava o curso médio, acabei matriculado na Escola de Jornalismo à espera de continuar os estudos no Instituto Agrário de Boane. Acabei me descobrindo no jornalismo.
Tem uma história como jornalista no “notícias”. Pode falar-nos desse período?
Antes de vir para a Sociedade do Notícias tive estágios na Rádio e Televisão Klint (RTK) e, mais tarde, uns seis ou oito meses na Direcção de Informação da Rádio Moçambique. Na redacção do “notícias” ingressei por via de estágio, mas rapidamente integrei- -me com a ajuda dos colegas de carteira na Escola de Jornalismo que já lá estavam – Titos Munguambe, Gil Filipe e Rui António. Aliás, esta rápida inserção fez com que fizesse parte da equipa da página de Economia e Negócios e, mais tarde, do Suplemento Económico, liderados na altura pelo falecido Daniel Cuambe, de quem aprendi muito, e, mais tarde, por Paulo da Conceição. Estou mais talhado para escrever notícias. Leia mais…
Texto de Belmiro Adamugy
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