Mais de 26 mil angolanos que se refugiaram nos países vizinhos durante a guerra civil deverão regressar a Angola este ano, no âmbito da política de repatriamento voluntário implementada pelo Governo de José Eduardo dos Santos.
A informação foi confirmada este fim-de-semana por Hans Lunshof, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), após a chegada do primeiro grupo de ex-refugiados provenientes da Zâmbia.
De acordo com o responsável das Nações Unidas, trata-se da última fase do repatriamento de cidadãos angolanos refugiados na Zâmbia, República Democrática do Congo, Namíbia, África do Sul e Botswana.
Hans Lunshof sublinhou que quem tenciona permanecer no país de acolhimento pode fazê-lo, mas sob estatuto de residente. Aqueles que desejarem voltar às origens serão repatriados de forma organizada e por fases até ao final deste ano.
A província de Moxico deverá receber ao longo de 2014 mais de mil ex-refugiados. Desde 14 de Janeiro já chegaram a esta região 96 pessoas.
O Governo de Eduardo dos Santos tem vindo a mostrar-se empenhado em colocar um fim à situação de asilo prolongado de cidadãos que fugiram do país durante o conflito armado em Angola, que terminou há mais de dez anos.
Em 2012, o ACNUR determinou que já não existiam motivos para os cidadãos angolanos que solicitaram asilo noutros países permanecerem na condição de refugiados, tendo em conta que Angola já tinha alcançado a paz há dez anos.
Dados do ACNUR indicam que o conflito armado em Angola originou a deslocação forçada de cerca de quatro milhões de pessoas e o exílio de outras 600 mil. A maioria dos angolanos procurou asilo na República Democrática do Congo.