Quando faltam alguns dias para as festas do Dia da Família e do Fim do Ano, os produtos alimentares de primeira necessidade começam a disparar na cidade de Chimoio, capital da província de Manica.
Nos principais mercados da urbe, nomeadamente, Josina Machel, Feira, 25 de Junho, vulgarmente conhecido por Catanga, 38 milímetros e Mupulango, os comerciantes se mostram atentos e prontos para, durante a quadra festiva, especular os preços, ganhar mais lucros e, consequentemente, complicar as contas dos clientes que se desdobravam a todo custo para garantir um Natal e passagem de ano condigno para as suas famílias.
Mesmo para aqueles clientes que optaram por organizar as festas atempadamente, as matemáticas começam a ficar apertadas em virtude de os comerciantes aumentarem os preços dia-após-dia. Tudo está a tornar-se cada vez mais caro. Até alimentos produzidos localmente também são especulados.
A título de exemplo, um frango que até finais de Novembro custava 120 meticais, subiu para 130 meticais. De igual modo, o frango vivo que outrora era comprada por 230 meticais custa presentemente 250 meticais. Contudo, existem locais onde ainda é possível adquirir frangos (com 30 dias de vida) a preços mais acessíveis que variam entre os 130 e 150 meticais, o que é insignificante para uma família composta por com cinco membros.
Uma dúzia de ovos passou para 135 meticais contra os 120 meticais anteriormente fixados. Esta subida observa-se em quase todos produtos incluindo hortícolas. O tomate que era vendido a dez meticais subiu para o dobro. A cebola, batata-reno, alho, cenoura e outros também estão a registar subida de preços.
A alta de preços observa-se igualmente nos produtos de mercearia. Apurámos que um garrafão de cinco litros de óleo de cozinha passou para 300 meticais contra os anteriores 250 a 280 meticais.
Este quadro tem estado a complicar de certa maneira as contas dos clientes que partem para os mercados com a previsão de fazer compras num determinado valor e se vêem forçados a reduzir as quantidades pretendidas ou a desembolsar mais valores.
Para melhor compreender este fenómeno que já está a dominar a actualidade naquela cidade, marcada pelo aumento de preços, a nossa Reportagem visitou alguns centros comerciais, onde conversou com alguns clientes que se manifestaram preocupados com o problema que se regista quase todos anos quando se aproxima a quadra festiva.
Acompanhámos as compras de Felix Duarte, funcionário público, casado e pais de quatro filhos, no mercado central Josina Machel. Depois de se deparar com a alta de preços de frangos vivos optou por comprar frango congelado. .
Quisemos saber o que achava da presente quadra festiva e Félix mostrou-se preocupado com os aumentos dos preços de produto da primeira necessidade, o que para ele, “vai atrapalhar as festas de muitas famílias do meio urbano”.
Felix Duarte pede a quem de direito para agir contra comerciantes oportunistas que procurar ter lucros excessivos durante as festas. “O que nos preocupa agora são os preços que estão a aumentar a cada dia que passa. O frango que acabo de comprar era adquirido a 220 meticais, agora está 250. Um saco de batata-reno de 10 quilogramas subiu para 180 meticais contra os anteriores 150 meticais. Se isto continuar assim muitas famílias poderão passar a quadra festiva sem o mínimo para alimentar-se. Se como funcionário público estou assim, imagine aquele cidadão que é desempregado. Portanto, penso que as autoridades devem pôr cobro a esta situação, intervindo em defesa dos clientes”, disse Duarte indignado.
Pelo mesmo diapasão alinhou Lúcia Fernando, doméstica, mãe de cinco filhos. Ela explicou que começou a organizar as suas compras há algumas semanas, temendo a especulação de preços à última hora. Mesmo assim, ela referiu que agora está a deparar-se com comerciantes que desde finais da primeira semana do mês em curso estão a aumentar os preços de todos produtos. “Os ovos estão a 135 meticais. Na primeira semana deste mês comprei a 120 meticais. O óleo de cozinha também disparou. Se isso continuar assim estaremos mal. Pensei que comprando agora estaria a resolver o problema, mas mesmo assim não está a ajudar-me em nada”.
Entretanto, alguns comerciantes abordados pelo nosso jornal defendem que o aumento de preços que se observa nestas semanas tem origem nos fornecedores primários. Maria Agostinho, uma das vendedoras de ovos mo mercado Josina Machel, no centro da cidade, disse que aqueles preços resultam dos aumentos feitos nos pontos de compra a grosso. Depois desta etapa segue-se o transporte, que também tem o seu custo. Com estrada em instabilidade, poucos camiões arriscam vir para cá a partir, por exemplo, do Sul do país.
A mesma posição foi corroborada por Martinho Fungulane, 32 anos de idade, vendedor de galinhas há sete anos. Aquele cidadão sublinhou que a oscilação de preços depende do local da aquisição dos produtos. “O mesmo acontece com frangos vivos e hortícolas. Não estamos a ser oportunistas como as pessoas pensam. A verdade é que também compramos caro. Se lá baixarem os preços, nós também havemos de reduzir, caso contrário, não”.