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País ainda não faz cirurgia para escoliose

Por Jornal domingo
  • De acordo com o director do Departamento de Ortopedia do HCM, 63 pacientes aguardam por missões de médicos estrangeiros

TEXTO DE CAROL BANZE

CAROL.BANZE@SNOTICIAS.CO.MZ

“A escoliose é uma deformidade caracterizada por curvatura lateral, associada a uma torção da coluna vertebral. Existem quatro tipos: a idiopática – sem causa aparente –, a congénita, de nascença, a neuromuscular e secundária à outras patologias. Realce-se que a grande maioria é de origem idiopática, portanto, sem causa conhecida. E vamos falar só deste tipo”. Deste modo o médico ortopedista e traumatologista Barnabé Deuasse inicia a sua explicação ao domingo, em torno de um problema que, numa primeira fase, “cursa sem sintomas”, sendo que “os primeiros sinais são detectados por outras pessoas, que notam a diferença da altura dos ombros e da bacia e curvatura visível da coluna vista de trás. Geralmente, a dor não faz parte da sintomatologia dessa doença”. E foi exactamente desta forma que ocorreu com Jone Sumail, numa altura em que tinha 15 anos de idade. À nossa reportagem contou que, certo dia, os seus amigos e colegas de escola alertaram-no que viam nele uma deformidade física. “Recordo-me do dia. Eu vivia com a minha avó. Os meus amigos falaram-me de desigualdade nos ombros, uma pequena curvatura”. A prova foi tirada também pelos então adolescentes, com recurso a um pau. “Depois de efectuarem a medição, para autenticarem o que diziam, acreditei e informei à minha avó ao chegar à casa. Ela mandou- -me tirar a camisa e concluiu que realmente havia desigualdade”.

Passo seguinte: “O meu pai foi informado e fomos ao Hospital Militar. Fui submetido a exames médicos e afirmaram que era algo de nascença”. Nessa fase, “não sentia nenhuma dor, no entanto, com o passar do tempo a situação foi piorando, de tal modo que, em 2015, dirigi-me ao Hospital Central de Maputo (HCM), onde novamente fui submetido a alguns exames. Nesse mesmo ano, estiveram lá médicos norte-americanos, e abriu-se a possibilidade de eu ser submetido a uma cirurgia de correcção, porém não materializada”. O que lhe restou foi continuar com o acompanhamento médico internamente, no HCM. O tempo passou até que, “em 2018, médicos palestinos vieram ao país para realizar algumas cirurgias no HCM. O meu nome já estava na lista, até porque tinha sido bem acolhido por dois médicos moçambicanos, Dr. Barnabé e Dr. Nelson, que têm sido muito amorosos com os pacientes”. Leia mais…

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