É tida como “El´dourado” por alguns. Mas há também quem a considere cidade de parcas oportunidades. Elevada à actual categoria a 10 de Novembro de 1887, Maputo é hoje ponto de convergência de pessoas oriundas do Norte, Centro e Sul de Moçambique e de muitos estrangeiros. É gente que chega à capital do país empurrada pelas dificuldades ou pela necessidade de novas oportunidades que se acredita existirem na “cidade das Acácias”.
Desde as primeiras horas do dia até o início da noite, de segunda a sábado, as ruas e avenidas da capital moçambicana são caracterizadas por uma azáfama – comércio, motocicletas e muitos carros. Também alberga grandes empresas, universidades, restaurantes… uma infinidade de coisas.
domingo traz nesta edição histórias de cidadãos que trocaram os seus distritos, províncias e até países pela capital moçambicana. Há casos de sucesso e de desilusão.
O SUCESSO
Há muitos carros e pessoas no terminal de transportes rodoviários da Junta. O sol escaldante vai banhando os corpos que se aglomeram, enquanto o comércio segue o seu curso normal. É aqui onde se encontra Gito Manhique, “manicure e pedicure”, vendedor de brincos e outros acessórios de beleza.
Tinha 17 anos de idade quando se despediu dos pais, carregou os seus parcos pertences numa mochila e aventurou-se para a capital do país. Sem familiares, estabeleceu-se, inicialmente, em casa de amigos com quem passou a vender sacos plásticos nas artérias de Maputo, antes de se estabelecer na Junta.
Gito Manhique, agora com 25 anos, é natural de Chongoene, província de Gaza. Abandonou a escola depois de concluir a 5.ª classe. “A pobreza fez-me tomar essa atitude”, alega.
Escolheu a cidade de Maputo para escapar do suposto destino monótono que a província proporciona como apascentar gado. “Cresci a ouvir que a vida sorri aos que cá vivem. Decidi fazer o mesmo”, diz-nos. Leia mais…
Texto de Maria de Lurdes Cossa
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