- Aos 14 anos, crianças só podem seguir para tutela ou famílias de colhimento
São crianças que, por diversos motivos, foram afastadas do convívio familiar. Apesar de os centros (156 no país para 6998 crianças) garantirem a sua protecção social, elas mantêm viva a esperança de um dia pertencerem a uma família.
Apegam-se a qualquer esperança. Por vezes confundem a atenção especial com promessas, cultivando, deste modo, o sonho de, mesmo sem o vínculo da adopção, fazerem parte das famílias dos cuidadores e missionários.
“Uma tia daqui gosta de mim e trata-me como filha. Quando terminar de construir mais um quarto vai-me levar para a sua casa”, disse Nhelety Chevia, adolescente de 16 anos, que foi abandonada no Centro 1.º de Maio com três anos de idade e hoje vive no Ministério Arco-Íris, no bairro do Zimpeto, na cidade de Maputo.
“Além de frequentar a 11.ª classe, faço informática para me preparar para a vida lá fora, mas eu não gostaria de sair daqui sem ter uma família”, disse.
No mesmo centro está Luísa Adelino, de 15 anos de idade, dos quais 13 vividos no centro. A única informação que tem da família biológica é que a sua mãe morreu quando ela tinha apenas alguns meses de vida.
“Já vi muitas crianças a serem adoptadas e sempre tive a fé de que um dia ia aparecer alguém que me ame de verdade e queira ficar comigo, mas isso ainda não aconteceu”, contou.
Por causa disso, a adolescente conta que quando concluir o ensido médio pretende morar nos Estados Unidos da América. Leia mais…
TEXTO DE HERCÍLIA MARRENGULE