Nos primeiros 15 dias do ano, registou-se intensa precipitação no Centro e Norte do país. A província da Zambézia e a parte sul das províncias de Tete, Niassa e Nampula registaram chuvas intensas, com mais de 100 milímetros em 24 horas durante três a quatro dias consecutivos.
Zambézia acabou sendo a maior vítima. A título de exemplo, a estacão de referência do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) em Milange chegou a registar 606 milímetros em quatro dias!
Esta província, até ao momento a mais fustigada pelas elevadas precipitações que o país vem registando, vive desde 12 de Janeiro numa situação de extrema emergência também em consequência de chuvas intensas nas regiões de montante das bacias de Zambeze e Chire, concretamente na Zâmbia e Malawi.
Em consequência dos danos causados, o Governo decretou alerta laranja institucional no dia 8 de Janeiro e foram activadas as reuniões semanais do Centro Operativo de Emergência.
Face ao aumento dos níveis de precipitação e de escoamento foi decretado o alerta vermelho institucional no dia 12 de Janeiro para as regiões Centro e Norte do país.
O Licungo, rio que tem vindo a causar estragos na província, já apresentava caudal acima de alerta no dia 10 de Janeiro, alcançando 6,55 metros.
Dois dias depois (12 de Janeiro) atingia um máximo histórico de mais de 12 metros, galgando e destruindo a ponte local.
Nas páginas que se seguem, domingo retrata o drama humano causado pelas inundações na Zambézia, enfocando o distrito de Mocuba que já conta com milhares de pessoas nos centros de acomodação.
Bento Venâncio, em Quelimane
Fotos de Inácio Pereira