A suspensão do julgamento do caso das “dívidas não declaradas” não significa, nem de longe, o amortecimento do assunto. Ainda há muito por ser revelado a respeito da forma como os milionários subornos promovidos pela Privinvest a altos funcionários e agentes do Estado foram usados e dissimulados.
A quarta vaga da Covid-19 não está a dar tréguas ao mundo inteiro e foi ela que precipitou a suspensão deste julgamento numa altura em que os intervenientes processuais, designadamente o Ministério Público (MP), o assistente (Ordem dos Advogados de Moçambique) e a defesa dos réus já haviam requerido umas mini-férias.
Alguns advogados alegaram que pretendem aproveitar este período de cerca de 26 dias para revisitar o volumoso processo, que tem mais de 20 mil páginas e outros afirmaram que pretendiam celebrar a quadra festiva que se avizinha sem pensar nos autos e, se possível, viajar para bem longe.
Por coincidência ou não, o juiz Efigénio Baptista, que preside a VI Secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo autorizou a realização de exames rápidos de despiste de Covid-19 às mais de 100 pessoas que por imperativos profissionais devem assistir às sessões de julgamento de forma presencial.
Apesar de quase todos os funcionários do tribunal e do MP, incluindo o juiz e a procuradora, Ana Sheila Marrengula, agentes de segurança e administrativos, jornalistas, pessoal de apoio logístico e técnicos de diferentes áreas terem sido vacinados, os resultados colhidos indicaram que pelo menos cinco pessoas testaram positivo. Leia mais…
TEXTO DE JORGE RUNGO
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