. Estadista sublinha que, a qualquer momento, o líder da Renamo poderá pronunciar-se sobre consensos alcançados
O Presidente da República revelou que semana passada falou com Afonso Dhlakama e que o líder da Renamo a qualquer momento vai falar sobre os consensos que estão a ser alcançados. Entretanto, Nyusi salienta que neste processo não quer intermediar os informais. “Se querem ajudar o processo que deem a cara. Não especulem”, apela.
Nyusi assegura que Governo e Renamo “já estão a sair do ambiente de desconfiança”, embora admita que nesta maratona negocial possam existir “pessoas interessadas que o processo encalhe, não ande”.
O diálogo em curso, na busca da paz definitiva no país, constituiu matéria de relevo nos comícios populares que semana finda dirigiu em Marracuene, Magude e Namaacha, no quadro de uma visita de três dias à província de Maputo.
ir construir alguns consensos. cao tiva para mocambique. O Presidente da República assegurou que as comissões criadas para se debruçarem em torno do processo de descentralização estão a trabalhar, o mesmo sucedendo com a que aborda questões militares.
“Vocês não conseguem ver, mas as coisas estão a acontecer”,afiançou o estadista, ressalvando que enquanto as comissões trabalham, ele e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, mantêm o diálogo que começa a ser frutífero no lançamento de bases de confiança.
“Tenho estado a falar com o líder da Renamo. Estamos a conseguir construir alguns consensos. Estamos a criar confiança”,disse Nyusi , acrescentando que a expectativa do povo está a ser correspondida.
“Estamos a trabalhar. Sei que o povo quer resultados. Peço a todos que sejamos pacientes”, sublinhou.
Nyusi reiterou a disponibilidade, assumida desde início de seu mandato, de tudo fazer para trazer a paz ao país. “Me vou empenhar até onde eu puder “, refere.
CRISE SERÁ VENCIDA COM MAIS PRODUÇÂO
A par da mensagem da paz, o Chefe de Estado enfocou o seu discurso na necessidade de incremento da produção para minimização da crise financeira.
Disse que, durante o ano em curso, fruto do trabalho dos moçambicanos, grande parte do país não vai apresentar problemas de falta de comida. “A crise vai desaparecer sozinha. Se aumentarmos a produção, a palavra crise vai desaparecer”, explicou.
Na apresentação do informe sobre a situação económica e social da província de Maputo, Raimundo Diomba, governador, afirmou que a seca foi o principal obstáculo no desenvolvimento, e traduziu-se numa redução da produção agrícola, pecuária e pesqueira, colocando mais de 123 mil pessoas em situação de escassez de alimentos.
Por outro lado, aliada à seca, a província foi fustigada por doze vendavais que causaram 23 óbitos, 167 feridos entre graves e ligeiros, para além da destruição total ou parcial de diversas infraestruturas sociais e económicas (8.262 casas, 355 salas de aula e 14 unidades sanitárias.“Esta situação obrigou o governo a reorientar recursos, tendo sido privilegiados projectos cujo resultado visava a produção de alimentos e fornecimento de água, tanto para consumo humano, como para o abeberamento do gado”, informou o governador da província de Maputo ao Chefe de Estado.
Não obstante esta conjuntura, a agricultura teve alguns registos notáveis, destacando-se a produção de 199.372 toneladas de cereais (das 203.506 planificadas, com uma realização de 98 por cento).
Particular destaque vai igualmente para a produção de 55.118 toneladas de leguminosas (das 79.068 planificadas, com uma realização de 69,71 por cento).
Realce também vai para as 367.184 toneladas de raízes e tubérculos produzidos (mandioca e batata doce) das 428 965 planificadas, com uma realização de 85,6 por cento.
DIÁLOGO FRANCO E ABERTO COM A POPULAÇÃO
O Chefe de Estado visitou localidade de Macaneta, onde realizou sessão extraordinária do governo provincial alargada aos administradores distritais, presidentes dos conselhos municipais e outros quadros.
Nesta visita, particular referência nos comícios foi dada à conclusão da ponte Marracuene/Macaneta, sobre o rio Incomati, que “rivalizou” com construção do Regadio de Mafuiane, em Namaacha, com uma execução de 25 por cento.
No distrito de Magude, Nyusi visitou a feira de pecuária, campos de produção, orientou comício popular na localidade de Maguiguana.
No distrito de Namaaacha, para além de comício popular, foi ver a tenda de demonstração do projeto de agro-processamento e conservação de tomate, visitou a Moçambique Farms, unidade de produção de frangos em grande escala.
Durante as visitas, o estadista manteve diálogo franco e aberto com a população, em alguns casos abandonando o palanque presidencial, enfrentando o sol para estar mais próximo do povo.
Em Marracuene, perguntou às pessoas se estavam satisfeitas com a ponte Marracuene/Macaneta, sobre o Incomáti. Perante a resposta afirmativa dos interlocutores, anunciou que o Governo mobilizou fundos para a construção, em Marracuene, do Instituto Nacional de Saúde.
“Hoje viemos aqui prestar contas. Apontar o que está a ser feito e explicar o que não está a ser feito e porque não está a ser feito”,disse Nyusi em conversa com a população de Magude, Marracuene e Namaaacha.
Em todos estes locais, a população saudou o Presidente da República pela forma como está a abordar a crise financeira, as calamidades naturais e o processo de paz.
Os pedidos da população em Magude, Marracuene e Namaacha incidiram sobre a construção de mais salas de aula, centros de saúde, expansão da rede eléctrica e melhoramento de vias de acesso.
Texto de Bento Venâncio