A chefe da bancada parlamentar da Renamo, Angelina Enoque, reiterou que a Renamo não vai participar nas eleições, nem vai abrir espaço para que elas ocorram. Sem especificar de que forma
poderá inviabilizar as mesmas, Enoque afirmou que os moçambicanos não irão participar nos pleitos na qualidade de juiz desta causa.
Angelina Enoque falava à Imprensa no final da sessão extraordinária da Assembleia da República.
“O partido Frelimo não quis discutir este ponto, como não quis no passado, pois esta legislação esteve aqui na AR e foi debatida. As mesmas questões que aqui foram chumbadas. Levamó-las ao fórum das negociações com o Governo, mas não se alcançou nenhum consenso, depois de cem dias de diálogo”, lamentou.
Ela afirmou ainda que a Renamo tem estado a fazer o seu trabalho como bancada e em resultado disso decidiu agendar o ponto nesta sessão extraordinária, considerando tratar-se de um momento ímpar para que se alcançasse um acordo político.
“Porque se a nossa bancada pegasse na lei e propusesse a sua revisão, de certeza que não seria aceite o seu agendamento, pois só se aceitou agendar porque havia um fórum que “forçou” que a matéria fosse agendada na AR”, referiu a chefe da bancada da Renamo.
Acrescentou que o fórum devia produzir um documento que abrisse portas para que o mesmo fosse debatido na Assembleia, porque para ela, ir ao Parlamento depositar uma matéria sem um acordo na mesa de negociações, a Renamo estaria a permitir uma humilhação pela força do voto da maioria, que é a Frelimo.
“Mesmo assim, para nós faz sentido continuarmos na mesa de negociações, tendo em conta os altos interesses do povo moçambicano, até que tenhamos uma lei que permita que haja eleições, justas, transparentes e livres”, vincou Angelina Enoque.