Início » Nyusi e Zuma lançam novo ciclo de cooperação

Nyusi e Zuma lançam novo ciclo de cooperação

Por admin
A Comissão Binacional formalmente lançada pelos presidentes Filipe Nyusi e Jacob Zuma, no quadro da visita de Estado àquele país, abre um novo e ambicioso ciclo de cooperação entre Moçambique e a África do Sul.

Esta plataforma, que reúne anualmente a nível de chefes de Estado, semestralmente a nível ministerial, e já em acção a nível técnico, tem todas as condições para vincar e alavancar as economias dos dois países através da implementação de vários projectos de interesse e benefício comuns.

Conscientes de que não basta tomar decisões, é preciso implementá-las, os dois estadistas orientaram os seus governos no sentido de trabalharem para produzir resultados que tenham impacto na vida dos povos, observando todos os mecanismos de monitoria e avaliação.

Nyusi e Zuma querem que os executores, governantes no caso vertente, redobrem esforços para garantir que as decisões tomadas sejam executadas com celeridade e produzam resultados tangíveis com impacto na vida das populações.

A orientação dada publicamente aos ministros ligados às áreas de energia, força motora para o desenvolvimento, para desencadearem acções concretas, até extraordinárias nas palavras de Zuma, para viabilizarem projectos energéticos de interesse comum, com recurso a todas fontes de geração de energia, cristaliza o cometimento dos estadistas.

Éque sem energia não há desenvolvimento e a energia que se pretende não é apenas para a iluminação pública, mas sim para investimentos, para alimentar grandes indústrias e outros mega-projectos.

Precisamos de diversificar as fontes de energia não só para iluminação, mas para investimentos”, disse o Presidente Nyusi, que defendeu a aposta nas energias renováveis a partir do gás natural.

Decidimos que os nossos ministros de energia tem de fazer coisas extraordinárias para garantir que coordenemos os nossos esforços energéticos… Moçambique tem feito descobertas de energia. É uma questão de como fazermos,  é uma matéria prioritária nas nossas  agendas”, disse Zuma.

Os ministros ligados ao sector deverão equacionar todos os tipos de energia (hídrica, térmica, de gás natural e de carvão mineral) e renovável, partilharem conhecimento e experiências,  e ainda avaliar alternativas de financiamento para a execução de projectos de geração e transporte de energia.

A África do Sul, maior economia da região e do continente, atravessa uma grave crise energética, défice que afecta outros países da região como Zâmbia, Zimbabwe, Malawi, Tanzânia e Botswana. A gravidade da situação é de tal ordem que afecta as indústrias, em particular a mineira, pilar da economia, e condiciona a própria iluminação pública e sujeita a restrições no seu fornecimento.

O clima de confiança das lideranças, a urgência em actuar rápido no desenvolvimento acelerado das economias e a abertura da África do Sul patente nas declarações de Zuma em viabilizar projectos comuns, abre caminho para Moçambique viabilizar projectos de geração de energia, entre os quais a barragem de Mpanda N’kua, à jusante da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB).

O Presidente moçambicano, que co-presidiu a primeira sessão da Comissão Binacional, juntamente com o seu anfitrião sul-africano, no emblemático “Union Buildings” (Palácio Presidencial), em Pretória, capital política, deixou clara a sua determinação: “estamos aqui para tornar realidade a diplomacia económica”.

 Para Nyusi, a boa cooperação politico-diplomática existente entre os dois países  que partilham história, fronteira,  laços socioculturais, impõe-se acrescer a musculatura económica, removendo   todo o tipo de desconstrução e obstáculos  que possam surgir.

É nossa esperança  que manifestações  que ensombram  este desiderato comum sucumbam perante o excelente nível das nossas relações”, disse o estadista  moçambicano, acrescentando que“a nossa sobrevivência  impõe a conjugação de sinergias  na procura de soluções conjuntas para desafios  comuns”.

Nyusi entende que a decisão de lançar a Comissão Binacional, plataforma preponderante para monitorar, avaliar e dinamizar a cooperação bilateral, vai impulsionar o rápido desenvolvimento económico e social dos dois países. Para Zuma, a mesma é estratégica e vai criar ímpeto na implementação dos acordos.

Moçambique e a África do Sul partilham uma história secular comum na luta pela liberdade e juntos consentiram sacrifícios, incluindo derramamento de sangue, em particular Moçambique que desempenhou um papel na luta pela libertação da África do Sul do regime do Apartheid. (AIM)

Santos Nhantumbo da AIM, em Pretória, especial para DOMINGO
Fotos de Ferhat Momade

 

Você pode também gostar de: