O Governo conseguiu resgatar a confiança dos parceiros internacionais, volvidos quatro anos após a suspensão da ajuda externa dos parceiros internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, na sequência das “dívidas ocultas”, como consequência da implementação, com rigor e disciplina, de políticas macroeconómicas e sociais.
Recorde-se que como resultado da suspensão da ajuda, o país mergulhou numa crise económica e financeira, a inflação atingiu cerca de 26 por cento ‒depois de vários anos abaixo de um dígito ‒, registou-se uma subida generalizada de preços e um dólar chegou a custar 80 Meticais.
Entretanto, estes problemas já foram ultrapassados, prova disso é que está em curso o estabelecimento de um novo programa com o FMI que garantiu, recentemente, que vai disponibilizar, depois de Outubro próximo, fundos para o país.
Além disso, verificou-se um incremento do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) para áreas como agricultura, indústria alimentar e bebida, cimento de construção, recursos minerais, petróleo e gás.
Estes dados foram avançados semana finda pelo Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, em sede da Assembleia da República durante a sessão de Perguntas ao Governo. Na circunstância afirmou que a acção governativa do actual elenco incidiu na recuperação da crise que afectou a economia nacional.
“Controlámos a inflação que já esteve a níveis de 26 por cento, em 2016. Actualmente, situa-se na casa de quatro por cento. Este processo de implementação, com rigor e disciplina, de políticas macroeconómicas, é reconhecido e admirado a nível nacional e internacional”, disse.
Acrescentou que foi possível estabilizar o Metical que conheceu a maior volatilidade de sempre em 2016.
Agostinho do Rosário destacou ainda a criação de 1,4 milhões de novos postos de trabalho nos sectores de agricultura, pescas, florestas, construção e comércio. Também houve aumento da produção e disponibilidade de alimentos, sobretudo cereais.
Ainda no que toca à produção, Do Rosário destacou que o país tem estado a registar ganhos na estabilidade política e económica, facto que permitiu aumentar a produção de cereais, hortícolas, raízes e tubérculos, o que está a contribuir para o aumento da disponibilidade de alimentos e melhoria da segurança alimentar.
“O nosso desafio é prosseguir com a consolidação de ganhos até aqui alcançados, para que o nosso país registe, nos próximos anos, um crescimento acelerado e que se reflicta, cada vez mais, na melhoria das condições de vida dos moçambicanos”, concluiu.
PRIMEIRO VEÍCULO
MONTADO NO PAÍS
Ainda durante a sessão de Perguntas ao Governo, Carlos Mesquista, Ministro dos Transportes e Comunicações, fez saber que com vista a minimizar o problema de transporte que se verifica nas zonas urbanas e de expansão, será testado, em Julho deste ano, um veículo misto com uma carroçaria desenhada e construída em Moçambique para as vias de acesso difícil.
“Teremos, pela primeira vez, o teste de um veículo misto, com a cabine totalmente construída por moçambicanos, com apoio do sector privado, na versão “four by four”, com capacidade para transportar 21 passageiros e carga estimada em 750 quilogramas”, disse.