O Presidente da República, Filipe Nyusi, repetiu quinta-feira passada o apelo para a dinamização da implementação de acções concretas, que se reflictam na melhoria das condições dos povos moçambicano e swázi.
Falando no banquete oficial oferecido ao Rei Mswati III, por ocasião da visita do monarca ao nosso país, Filipe Nyusi apontou como exemplo a necessidade da realização regular das Comissões Mistas de Cooperaçãoe da Comissão Conjunta Permanente de Defesa e Segurança, a reafirmação da fronteira comum, a pertinência de mais trocas de informações entre as entidades de defesa e segurança para o combate ao crime transfronteiriço e crime organizado, entre outros.
O estadista moçambicno disse ainda ser necessário a criação de condições para a legalização de trabalhadores moçambicanos na Suazilândia, a conclusão de estudos para a assinatura de memorando de entendimento sobre energia e aumento do fornecimento de electricidade à Suazilândia, de cooperação técnica e institucional na área de indústria e comércio, bem assim do estudo sobre as taxas de referência de importação de açúcar e a modernização das infraestruturas ferro-portuárias para torná-las mais eficientes e expandir a sua utilização pela Suazilândia.
Nyusi sintetizava assim, os passos conseguidos nas conversações antes havidas entre as delegações dos governos de Moçambique e da Suazilândia que mais assentaram nas áreas em que incide a cooperação entre os dois países vizinhos e sobre as melhores formas de tirar maior proveito das potencialidades e vantagens comparativas ao seu dispor.
Para Filipe Nyusi, Moçambique estará sempre disponível a trabalhar com o Reino da Suazilândia com vista a elevar cada vez mais, o nível de excelência das suas relações político-diplomáticas e económicas para que as duas economias e populações colham benefícios directos do seu intercâmbio.
“Moçambique está, igualmente, disponível a colocar os seus recursos naturais e energéticos, bem como as suas infraestruturas económicas ao serviço do progresso dos nossos dois países, no quadro dos programas estratégicos como o Roteiro e Estratégia de Industrialização da SADC que aprovamos em Abril do ano passado. Os nossos dois países orgulham-se por pertencerem a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e a sua contiguidade geográfica impele-os a estarem na vanguarda do processo de integração regional”, disse o Presidente.
Enquanto países independentes, o percurso da cooperação entre Moçambique e o Reino da Suazilândia foi reafirmado com a assinatura do Acordo Geral de Cooperação em 1992, considerado pelo Chefe do Estado moçambicano, a ferramenta que permite a edificação dos alicerces para o crescimento e desenvolvimento económico de ambos os países e povos.
“Nós, os moçambicanos, guardamos, com grande consideração, as memórias do gesto e da atitude do Reino da Suazilândia que foram manifestados em diferentes momentos desde a luta pela nossa independência nacional até ao tempo em que lutamos pelo bem-estar do nosso Povo”, disse o Presidente da República, que mais adiante acrescentou:
“Quando a maioria dos países da região Austral da nossa mãe África estava sob dominação colonial, foi pelo território do Reino da Suazilândia e com o apoio de Sua Majestade Rei Sobhuza II, que muitos nacionalistas moçambicanos encontraram a porta de saída”, recordou Nyusi.
Na verdade, a Suazilândia foi uma retaguarda segura para alcançar a Tanzânia, país a partir do qual os moçambicanos se lançaram para a luta pela libertação do jugo colonial razão pela qual povo moçambicano está eternamente grato ao povo Suazi e os dirigentes dos dois países pretendem transmitir o valor deste nobre gesto às gerações vindouras.
“Este acordo que monitora à nossa relação definiu as principais áreas de cooperação e permitiu a concepção de projectos conjuntos em vários domínios de intercâmbio. As áreas que hoje passamos em revista dão especial ênfase para a política e diplomacia; defesa e segurança; transportes e comunicações; migração; agricultura; saúde; educação; cultura, juventude e desporto; entre outros, todas com impacto muito positivo na melhoria das condições de vida dos nossos povos”, lembrou o estadista moçambicano.
Nesta base, os dois países dizem ter incrementado a livre circulação de pessoas, bens e serviços, suprimiram os vistos de entrada para os seus territórios, eliminaram as minas antipessoal, reduziram de forma significativa o roubo do gado nas zonas fronteiriças comuns e foram reabilitadas algumas infraestruturas e vias de comunicações.
A visita do Rei da Suazilândia, incluiu ainda uma visita à central eléctrica da Gigawat-Mocambique, em Ressano Garcia, distrito da Moamba, província de Maputo.