Foi com estas palavras que os finalistas do terceiro curso de instrução básica do serviço cívico manifestaram a sua prontidão de servir a pátria amada. No total foram graduados 537 jovens dos quais 505 são homens e 32 são mulheres aos quais o Presidente da República e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas de Defesa e Segurança (FDS), Filipe Jacinto Nyusi, deixou a mensagem de não fazerem da formação recebida uma caixa, mas sair para viver o mundo real e não perder a agenda principal do povo que é a unidade nacional.
A vila municipal de Montepuez, província de Cabo Delgado, acolheu na sexta-feira passada o encerramento do terceiro curso de formação básica dos Prestadores do Serviço Cívico, os quais juraram dedicar as suas energias para a construção de um Moçambique próspero e risonho, através do desencadeamento de habilidades e vocações individuais.
Estamos a falar de jovens municiados em diversas matérias tais como, Electricidade, Serralharia, Carpintaria, Construção civil, Mecânica-Auto, Refrigeração, Canalização, Corte e Costura que em seguida serão submetidos a uma especialização no Centro de Formação Profissional e Emprego, e outros estabelecimentos de ensino técnico profissional.
O outro aspecto importante é que os mesmos serão encaminhados ao Quartel-General do Serviço Cívico de Moçambique localizado na Matola, província de Maputo, onde vão demonstrar as habilidades adquiridas produzindo vários utensílios que em seguida serão vendidos no mercado para rentabilização destes serviços introduzidos em Moçambique no ano de 2013, com a formação de 483, sendo que em 2014 saíram de Montepuez 494 técnicos básicos.
Para além do quartel da Matola, o serviço cívico conta com a escola de formação técnica em Chigodole e unidades produtivas de Chòkwé, em Gaza e Unango e Tsangano, em Tete, para onde os graduados poderão aperfeiçoar e demonstrar os conhecimentos adquiridos durante a formação na área agropecuária.
NÃO SE DESVIAR DA AGENDA PRINCIPAL
Dirigindo-se aos graduados, o Comandante-chefe das FDS desafiou-os a dedicar energias no bem servir aos moçambicanos e não fazer uma formação de caixa,“mas a sair e viver o mundo real, não se desviar da agenda principal do povo que é a unidade nacional”.
E porque a cerimónia aconteceu num momento em que as regiões sul e centro sofrem de seca e a zona norte, de inundações, o Presidente da República desafiou o Ministério da Defesa a introduzir um curso de gestão de desastres naturais para fazer face às mudanças climáticas.
“Um servidor cívico deve ter na sua mente os valores de solidariedade, o que significa que onde há epidemias, ciclones e outro tipo de desastres tem que estar presente para prestar apoio à sociedade civil. Portanto, o desafio é colocar a gestão de desastres naturais como uma disciplina para fazer frente às mudanças climáticas”,disse Filipe Nyusi, para quem aquela cerimónia representava mais uma etapa da acreditação de jovens com valores de cidadania e patriotismo.
Para o Presidente da República, os moçambicanos enfrentam vários desafios não só de ordem material, mas também de ordem moral pelo que o curso ora terminado serviu igualmente para a transmissão de valores de cidadania, respeito mútuo e sentido da nação.
“Um prestador do serviço cívico é um jovem moldado que constitui um cidadão de referência para a promoção de uma convivência harmoniosa nas comunidades onde se encontra inserido. O juramento que acabaram de prestar apresenta-se como a primeira etapa dos que se seguirão no cumprimento do dever de melhor servir ao cidadão,disse o Chefe do Estado sublinhando que a fase seguinte é a orientada para a formação profissional e vocacional plasmado no Programa Quinquenal no capítulo de desenvolvimento humano.
Acrescentou que o serviço cívico é a forma efectiva do desenvolvimento do capital humano, base de sustentabilidade politica, social e económica de uma nação que cria novas habilidades nos prestadores.
No entender do Presidente da República, este serviço oferece a ferramenta adequada para o jovem auto-superar-se na vida, uma das formas pedagógicas do governo para construir a nação de amanhã.
“Para além de oferecer o saber-fazer, este serviço se torna uma válvula de segurança eficiente para regular o movimento dos jovens das zonas rurais às cidades e cria gradualmente habilidades para todos ao longo do território nacional. Ao potenciarmos o prestador com conhecimentos de serralharia, agropecuária, restauração de equipamento pesado, carpintaria, costura e outras áreas, estamos a construir a âncora para uma estabilização social e económica do homem de amanhã”, disse Filipe Nyusi
Num outro momento, o Presidente da República disse que Moçambique está a atravessar momentos difíceis cuja solução definitiva só pode ser dada pelos próprios moçambicanos, que com experiências de processos temporariamente indefinidos, sempre souberam resolver em tempo útil. Entre eles, figuram a luta de libertação nacional que durou dez anos e o conflito armado que levou 16 anos.
“Estamos agora a viver momentos conturbados no centro do país, onde nossos compatriotas vivem na incerteza do reencontro familiar no dia seguinte, onde não podem circular livremente ou cultivar a terra para o seu alimento. É uma situação criada por nós moçambicanos que por qualquer motivo de insatisfação não pode ser acarinhada a não ser a sua condenação por todos aqueles que têm Moçambique no coração”,afirmou Nyusi sublinhando que não razão que justifique a destruição do país.
Falando em representação dos finalistas, Ercília Almeida Chaúque disse que com os conhecimentos adquiridos, o grupo está em condições de contribuir para o desenvolvimento do país.
“Não vamos defraudar as expectativas que os nossos familiares em particular e os moçambicanos em geral depositam em nós e estamos prontos para enfrentar os desafios que temos pela frente. Portanto, às ordens Comandante-em-chefe das Forças de Defesa e Segurança”,disse Ercília Chaúque.
De referir que este curso iniciou no passado dia 29 de Dezembro sendo que para Junho próximo prevê-se o arranque do quarto, tudo na perspectiva do cumprimento do Plano Quinquenal 2015-2019 no que diz respeito à formação do capital humano.
Durante o encerramento deste curso foram premiados os melhores formandos e instrutores que antes do epílogo do evento presentearam a plateia com marcha lenta, rápida e ordinária para não falar da exibição de danças típicas de todo o país num mosaico cultural que teve como coreógrafa, Pérola Jaime, uma das categorizadas bailarinas da Companhia Nacional de Canto e Dança.
Estes momentos foram testemunhados, entre outras individualidades, pelo Ministro da Defesa Nacional, Salvador Mtumuke, governadora de Cabo Delgado, Celmira da Silva, vice-comandante do Serviço Cívico, Messias Niposso e outros oficiais generais, sargentos e praças das FDS.
Domingos Nhaúle,em Montepuez, Cabo Delgado