Início » Investigação científica para combater a fome

Investigação científica para combater a fome

Por admin

O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi exortou os investigadores da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) a envidar esforços no sentido de produzir mais conhecimento científico para a produção da comida, tendo em vista o combate à fome que ainda assola a milhares de moçambicanos.

Na semana passada, o Chefe do Estado saiu do seu Gabinete de Trabalho para em cerca de cinco horas visitar algumas faculdades da UEM onde se faz a investigação científica em diversas áreas do desenvolvimento e instou o corpo docente a investir mais tempo na procura de soluções para os problemas do país, sobretudo, a produção de comida.

Antes de avançar para o tema, Filipe Nyusi situou os presentes afirmando que“Moçambique tem estradas de primeira, segunda e de terceira classe, o que significa que cada tipo de estrada pode exigir uma certa tecnologia, um tipo de material tratamento. Também temos falta de água potável e procuramos pela saúde que, ou está distante, ou não é suficiente. Os médicos, os enfermeiros ou os medicamentos não são suficientes”.

Numa intervenção de cerca de trinta minutos dividida em dois momentos, o primeiro relacionado às infra-estruturas e o segundo atinente à qualidade dos graduados, o presidente deixou claro que a UEM pode fazer mais.

Num outro momento, o Chefe do Estado afirmou que uma das suas grandes preocupações com a UEM é sobre o que falta para a instituição resolver com grande velocidade os problemas do país.

“Quando pedi para estarem aqui os reitores em exercício, assim como antigos, era para responsabiliza-los. Afinal, o que é que falta para Moçambique gradualmente sair dos problemas e das dívidas mal feitas?Questionou o Chefe do Estado perante atenção do corpo directivo e docentes e dos antigos reitores presentes, nomeadamente Narciso Matos, Rui Baltazar e Brazão Mazula.

Acrescentou que muitas vezes as pessoas se distraem quando falam da governação, apontando culpas aos governantes. “Muitas das vezes, agimos como espectadores que jogam muito bem quando estão sentados nas bancadas, mas no dia em que são convidados a sair da bancada para entrar em jogo, na posição de ponta de lança, não conseguem fazer nada”.

A seguir, o Chefe de Estado questionou o que falta para o país progredir quando se sabe que“aqueles que estão no parlamento saem da UEM e tem diplomas desta instituição. Aqueles que estão no poder legislativo saíram da UEM, os que estão nos tribunais e nas procuradorias, idem. Então o que é falta para progredirmos mais?” Referiu ainda que o seu executivo, cerca de 60 a 65 por cento dos quadros foram formados naquela universidade.

Sobre a questão das infra-estruturas, o presidente disse não ter ficado muito satisfeito. “Não fiquei muito feliz em ver a minha faculdade (Engenharia). Não cresceu muito, mas percebi que deve ser o problema do espaço. Está muito “ensardinhada”, mas quando fomos ver a vizinha faculdade de Veterinária reparei que está a crescer muito, as infra-estruturas são as mesmas, cansadas, mas também o espaço não ajuda muito”.

Mais adiante sublinhou que “por isso, gostaria que a universidade continuasse a reflectir sobre que universidade pretende construir na base daquilo que são ambições e preocupações dos moçambicanos. Esta instituição tem que influenciar processos de desenvolvimento, económico, humano”.

Entre os processos que a UEM pode intervir com êxito,Nyusi apontou as permanentes necessidades energéticas, com qualidade, mencionou a habitação condigna, entre outras condições básicas que a UEM pode influenciar na sua edificação.

Por seu turno, Orlando Quilambo, reitor da universidade afirmou que a instituição está apostada em aperfeiçoar cada vez mais a investigação e que neste momento conta com cerca de 350 projectos em curso nos seus oito centro de investigação em diversas áreas.

No concernente a produção de alimentos, por exemplo, Quilambo disse que a UEM está a levar a cabo na província de Inhambane, o processo de melhoramento de feijão Nhemba, atribuindo sementes melhoradas e resistentes a seca e de curto ciclo de produção, 3 meses, quando as sementes chegam a cinco, seis meses.

Acrescentou que anualmente mais de 100 projectos de extensão são desenvolvidos nas vertentes de assistência aos camponeses através de transferência de tecnologias, nos seus centros de recursos, potenciando a ligação entre a teoria e a prática.

“Nós temos incrementado a colecta de receitas sobretudo nos projectos de investigação, como sejam patentes. O desafio é ter laboratórios de excelência, pelo que vamos seleccionar algumas e promove-las a isso”,disse Quilambo acrescentando que a perspectiva é continuar a formar mais professores doutores e mestres.

 

 

 

Você pode também gostar de: