Alguns candidatos às eleições autárquicas de Novembro próximo consideram crucial o domínio dos problemas dos municípios onde vão concorrer tendo em vista a elaboração de manifestos eleitorais à altura das expectativas dos eleitores e munícipes no geral.
Para tal, os mesmos têm se desdobrado em inquéritos intensivos para aferir as principais inquietações dos munícipes.
“Potenciar o trabalho colectivo”
– Calisto Cossa, concorrente da Frelimo na Matola
O candidato da Frelimo à presidência do Conselho Municipal da Matola Calisto Cossa, diz estar ciente dos desafios que terá pela frente caso vença as eleições de 20 de Novembro próximo, daí que decidiu escolher para a sua governação o slogan “ Pela Matola que nós queremos”.
Segundo afirmou, para a operacionalizar as acções que irão nortear o seu manifesto eleitoral Cossa diz contar, antes de mais, com o apoio dos próprios membros do comité da cidade que aprovaram a sua candidatura, e sobretudo da inestimável participação de todos os munícipes da Matola e também da camada juvenil sobretudo aqueles que integraram o movimento “matolinhas”.
Acrescentou que caso seja eleito presidente daquela edilidade não irá fugir muito da linha de governação dos seus antecessores embora admita que irá imprimir uma nova dinâmica para a solução dos problemas dos munícipes, no que concerne a recolha do lixo, transportes, expansão do abastecimento de água e energia eléctrica, soluções para o desemprego, entre outros desafios.
“Não vamos fugir muito àquilo que está plasmado no Plano Quinquenal do Governo. Vamos desenvolver esforços para que os munícipes tenham na sua consciência que a solução dos problemas está nas mãos de todos, daí que escolhemos o lema Trabalho, Trabalho e mais Trabalho para que tenhamos uma governação participativa”,disse o candidato da Frelimo à presidência do Município da Matola.
Calisto Cossa é um jovem de 38 anos de idade, membro da Organização da Juventude Moçambicana (OJM) e é formado em Direito e Ciências Sociais pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
“Privilegiar governação inclusiva”
– Jacinto Loureiro, candidato da Frelimo em Boane
“Se for eleito prometo trabalhar no sentido de tornar Boane um município de paz, hospitaleiro, seguro e tranquilo. Isso só podemos lograr com uma ampla participação popular, daí que vamos pautar por um governo inclusivo”, disse Jacinto Loureiro candidato da Frelimo a presidência da vila autárquica de Boane sublinhando que a governação do então edil de Maputo, Eneas Comiche será fonte de inspiração.
Para Loureiro, criar um município inclusivo, próspero, seguro, limpo e belo será o principal enfoque da sua governação caso seja eleito no dia 20 de Novembro próximo.
No seu manifesto pontificam entre outras áreas prioritárias, prover aos munícipes melhores condições de saúde, saneamento e salubridade, gestãodescentralizado, íntegro, transparente, responsável e baseado na participação popular, entre outros aspectos.
Sobre as preocupações dos residentes daquela autarquia, nomeadamente, escassez de água potável, vias de acesso, ordenamento territorial, Jacinto Loureiro afirmou que merecerão devido tratamento em coordenação com os respectivos sectores encarregues de prover tais serviços.
Jacinto Loureiro tem 51 anos de idade, é um empresário do ramo industrial e agrícola, formado em Engenharia Mecânica, Administração de Empresas e tem ainda um Mestrado em Gestão Tecnológica.
“Crucial legalizar terrenos”
– Silvério Ronguane, candidato do MDM na Matola
O candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) à presidência do Conselho Municipal da Matola, Silvério Ronguane, diz que se vencer o escrutínio de Novembro próximo irá trabalhar no sentido de levar os munícipes a regularizarem os seus terrenos, através da atribuição de títulos de propriedade.
A regularização de terrenos, segundo afirmou, afigura-se como um acto crucial, na medida em que há casos em que as pessoas vêem os seus empreendimentos destruídos, “mas que não são compensados por falta de documentos que provem o título de propriedade”.
Para Silvério Ronguane, há que inverter o cenário que vezes sem conta apanha desprevenidos milhares de munícipes que são abrangidos pelos projectos de expansão de infra-estruturas, de abastecimento de água ou estradas como, por exemplo, o projecto da estrada circular de Maputo.
O candidato do MDM, que falava semana finda num encontro com jornalistas destinado à apresentação das plataformas de comunicação com a Imprensa, afirmou que esta é uma das questões apuradas num inquérito realizado para aferir as grandes inquietações dos munícipes da Matola.
Acrescentou ainda que a problemática da recolha dos resíduos sólidos, vias de acesso, transporte público de passageiros constituem igualmente preocupações dos matolenses.
“É comum na Matola estarmos num misto de luxo, com casas melhoradas em zonas como Mahlampsene, mas que os donos não têm o título de propriedade e, ao mesmo tempo, são sujeito a doenças devido ao lixo que não é recolhido por quem de direito”,disse Silvério Ronguane, sublinhando que a solução do transporte público passa pela introdução, a curto e médio prazos, do sistema de metro ligando as cidades de Maputo e Matola.
O outro problema que aflige os munícipes e que merecerá as suas atenções tem a ver com a segurança e aqui chama a atenção para a Polícia Municipal que, na sua óptica, fica na ociosidade quando devia ser bem aproveitada em vez de se dedicar apenas à interpelação dos “chapeiros”.
“Estes homens seriam responsáveis pelo patrulhamento, pelo que caso os munícipes apostem na minha candidatura vou trabalhar no sentido de ampliar o âmbito das suas atribuições”,disse Silvério Ronguane 43 anos de idade que é professor de carreira, formado em filosofia.