Resisti, ante notícias persistentes de que Wapuela (que satura), o ladrão mítico de Nipepe, faleceu. Fui resistente até que semana passada a minha irmã foi saber de fonte familiar.
Estava agendada para Maio do próximo ano a minha ida àquela parcela territorial a fim de rever o homem que qualquer jovem dos anos 60/70/80 experimentou a sua mitologia naquele antigo posto administrativo niassense, encrustado entre Maúa, Marrupa (do lado do Niassa), Balama (em Cabo Delgado) e Lalaua (em Nampula).
O ladrão mítico de Nipepe alojou-se nas mentes de gente grande, de antigos chefes de posto e administradores, e, como disse, de nós, miúdos da altura, razão por que a sua história mereceu ocupar cinco páginas do meu livro “Buracos Macuas”.
Wapuela vivia em grutas, fora das aldeias, andava rapidamente como um ciclone: podia ouvir-se que roubou em Kamwana, mas também em Muahage, havendo, mesmo assim, informações que o davam como tendo feito o mesmo em Kapoca, onde teria sido preso, regiões separadas por um mínimo de 30 quilómetros.
Por Pedro Nacuo