A juventude está a levar a sério o empreendedorismo, o que pode ser visto como uma mudança de 360 graus comparativamente ao que sucedia há uma década.
Se antes os jovens eram educados para ter um emprego formal, de preferência na Função Pública, e tudo fazer para preservá-lo até a reforma, pois teriam garantido a respectiva pensão, as coisas agora não se passam de igual modo.
Não é raro encontrar jovens na casa dos 30 anos que tenham experimentado entre dois e três empregos, apesar da sua relativa escassez. Ora mudam de emprego porque a remuneração é insatisfatória (quase sempre), ora porque têm a promessa de mais alguns poucos Meticais noutra firma ou porque foram considerados pouco eficientes nas suas funções, apesar de o diploma dizer outra coisa.
Noutro prisma, há os que abdicam voluntariamente dos seus vínculos contratuais ou laborais para iniciarem as suas próprias conquistas cientes de que caso as coisas corram mal não será pêra doce arrumar novo emprego.
Porém, há uma franja de jovens que está em crescendo. Quando termina os estudos se recusa a andar a bater portas com currículo na mão porque entende que quer ser, numa primeira fase, empreendedores e ,posteriormente, empresários de sucesso. Nada a apontar. O empreendedorismo é o novo filão.
Aliás, noutras latitudes deste globo há jovens que se tornaram ricos senão mesmo multimilionários porque foram persistentes no seu sonho e viram as respectivas patentes compradas por grandes corporações.
Agora, preocupa-me a outra metade. E vejo-a todos os dias. Jovens que não “marram”, nem trabalham. Apenas ficam “busy” em arranjar megas sentados em muros para facebookar ou whatsapar. Conhecem todos os bónus das três telefonias móveis que operam nesta pérola do Índico.