Por Lo-Chi
Do processo das dívidas ocultas, em mim trouxe à realidade a complexidade do sistema de justiça. E doeu-me ver uma coisa complexa ser escrutinada trivialmente. Pior que tudo, não vi ninguém de direito vir ao terreiro e esclarecer as dúvidas, devidamente, com base na legislação e poupando-nos dos arbítrios que eram propalados por juristas de bancada. Porque sim, muitos dos parecidos a “experts” fala(va)m tendo em conta a zona de conforto intelectual, desalinhados da complexidade dos factos, mas em função daquilo que eles gostariam que fosse. Se é assertiva a afirmação de que uma sociedade quanto mais bem informada, nos aspectos de vida que lhe afectam, mais harmoniosa, mais culta e menos propensa à violência, acho que – em face desse caso tão concreto, tão badalado, tão importante e determinante para o rumo da vida de todos nós, que poderia servir de exemplo de coisas muitas vezes por demais abstractas para os leigos – perdemos, com a ausência de um debate sério (científico-técnico), uma soberana oportunidade de aprendizagem. Mas, contrariamente, fomos deixando proliferar claques, como se de futebol se tratasse, destilando os seus anseios frustrados ou satisfeitos, como ciência certa. E essa certeza de que mais não eram senão que partidários desta ou daquela ala, na grande maioria, os seus ditames vinham envoltos em raiva mal contida, o que contrastava com a ciência, que requer serenidade e clareza de lógica e suporte normativo. Leia mais…
