“Cuidado com os falsos ‘profetas!’” Mateus 7:15; “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” ‒ Salmos 46:1
Começo por estender a minha solidariedade para os compatriotas das províncias de Tete, Manica, Zambézia e Sofala, sobretudo para os da Beira que estão sofrendo ainda na carne os efeitos da força invisível mas devastadoras da Mãe-Natureza. Há quem diga que desde que a cidade da Beira existe há mais de um século, ninguém se lembra de alguma vez ter ouvido falar de um acontecimento de tamanha envergadura calamitosa. Donde, eu estender a minha humilde vénia, que é uma reverência, uma saudação feita de modo respeitoso, para aqueles que sentiram e viram as suas vidas ceifadas sem nada poderem fazer, pois, infelizmente, contra as forças da natureza, até hoje nunca ninguém conseguiu vencer. Como deixou escrito o grande romancista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e activista pelos direitos humanosfrancês Victor Hugo: “É triste pensar que a natureza fala e que o género humano não a ouve”. Paz às suas almas! Muito a propósito deste distúrbio que eu chamo de “surdez humana”, relativamente aos sons da Mãe-Natureza, e porque as religiões são tidas como um bálsamo para suportar os percalços e as angústias da existência e, ao mesmo tempo, buscar um propósito ético moral e social para a vida, apraz-me perguntar: onde estão aqueles que se autoproclamam, dotados de poderes proféticos, que deveriam ter previsto aquela catástrofe e prevenir as populações indefesas de modo a minimizar os estragos? Isto porque, hoje mais do que nunca, o nosso país está literalmente “infestado” de seitas, religiões e ou igrejas dirigidas por áugures e arúspices que como estamos lembrados, na Roma antiga, eram os sacerdotes que faziam prognósticos e adivinhações, consultando as vísceras de animais; por seu turno, os profetas que são muitos nas nossas cidades e vilas, como é empregado na Bíblia, são aqueles que se apresentam e falam como acreditados mensageiros do Altíssimo (Deus). Leia mais…