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Saudades do funeral da ONJ

Por Idnórcio Muchanga

ONJ (Organização Nacional dos Jornalistas) é como se designava o nosso actual Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ). As transformações em curso no país já clamavam por uma reestruturação que passasse por tornar a organização, que foi das primeiras a entender o alcance da Constituição de Novembro de 1990, a de multipartidarismo, em sindicato.

Curiosamente, apesar de representar a classe que primeiro entendeu a direcção dos ventos de mudanças, razão por que a Lei de Imprensa é a 18/91, de 10 de Agosto, quer dizer menos de um ano depois de aprovada a nova Constituição, mantinha-se ainda como organização, filha legítima do monopartidarismo.

Era preciso dar a volta e caminhar para a luta que é intrínseca aos sindicatos, tanto é que já despontavam no nosso seio patrões de nós mesmos. Eis por que a conferência de Novembro de 1996 terá sido a mais participada de sempre e de divergências indisfarçáveis. A começar pela forma como se devia ir à grande reunião.

Pela primeira vez decidiu-se que os delegados à conferência iriam pelos meios próprios e votariam aqueles que tivessem contas em dia, sinal de comprometimento com a classe.

A região Norte, de que eu fazia parte, vivendo em Nampula, tinha um trajecto terrestre definido. Os delegados de Cabo Delgado juntar-se-iam a Nampula, para, no dia seguinte, apanharem o comboio para o Niassa, onde todos seriam esperados pelos colegas desta província, na cidade de Cuamba.

Por Pedro Nacuo
pedro.nacuo@snoticias.co.mz

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