Embora tivesse feito a quarta classe, rara por alturas de 1976 na zona onde vivia, ainda mais tendo sido dos primeiros 11 alunos a frequentar aquele nível, para o que foi necessário caminhar 70 quilómetros para fazer os competentes exames, havia muitos termos “estranhos” na língua portuguesa que alguns não escolarizados da cidade usavam recorrentemente.
Na luta pela continuidade de estudos, que levou dois anos, muita coisa aconteceu: viagens de procura de oportunidades, trabalho doméstico atento a alguma janela que indicasse como matricular-me na próxima classe, sobretudo adquirir um Bilhete de Identidade, sem o qual não seria possível fazer tudo o resto.
Verdade é que nem era o período em que se esperava da família algum empurrão, visto que tudo que viesse a jusante era do seu total desconhecimento. Ela (a família) já tinha feito o fundamental, ter permitido que a gente estudasse até à quarta classe, numa região onde na altura eram apenas 8 dos 11 primeiros alunos que a frequentaram, dado que três deles tinham reprovado. Leia mais…
Por Pedro Nacuo
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