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Resquício Eleitoral

Por admin

O partido Frelimo ganhou e bem as eleições gerais, estando de parabéns todos os seus quadros dirigentes e militantes.Por quantos ganhou, essa é uma questão interna, que interessa equacionar e reflectir, o mais importante é que foi uma maioria absoluta e basta.De lembrar aqui que aquando do último comício eleitoral o presidente Armando Guebuza pedira aos militantes uma maioria qualificada, e os moçambicanos fizeram-lhe a vontade, garantindo a Filipe  Nyusi uma maioria absoluta.

Logo que os resultados oficiais foram divulgados pelo CNE, o presidente eleito Filipe Nyusi agradeceu aos líderes derrotados da Renamo,e do MDM pela participação na campanha.Para Filipe Nyusi o diálogo contém na sua cerne a acção política  que aproxima os parceiros políticos.Essa porta deve estar sempre aberta, mas depende de como os parceiros encaram a política.Enquanto Nyusi  com toda a moderação que o caracteriza, demonstrou tal como Armando Guebuza ir à  busca de uma ponte de aproximação, Afonso Dlhakama e Daviz Simango demonstraram ser farinha do mesmo saco, ficaram a carpir lágrimas de desolação, e a consumir-se no ódio.Em vez de pegar no telefone e parabentear Filipe Nyusi, correram  a uma certa chancelaria receber instruções visando uma potencial rebelião social, para contestar o veredicto popular.O argumento foi de que ocorreram alguns ilícitos e irregularidades.Dentro da mesma linha a Renamo tentou impugnar as eleições, mas a  acção não encontrou o eco esperado junto ao CNE.Esperamos agora que seja o Conselho Constitucional  a pôr fim à suposta timhaka. No que diz respeito à respectiva manifestação, foi-me assegurado que esta não teve efeito, por falta de adesão e medo das consequências.

Afinal os seviços de informação e segurança estavam bem avisados.Enquanto os moçambicanos tudo fazem para reforçar o estado de Direito, alguns estrangeiros aprendizes em diplomacia sediados em Maputo, pretendem por motivos ideológicos desmontá-lo em favôr de interesses económicos sombrios.A ser verdade o postado na média nacional  sobre a acção dessas chancelarias, trata-se de uma acção inaceitável em relações internacionais.Por outro lado tratam-se de parceiros económicos, sendo o acto em si violador de  todos padrões de conduta entre estados, constituindo uma nódoa  da mais baixa encenação diplomática ocidental  no continente africano.Os Estados Unidos apesar de terem eleito pela primeira vez um negro para a presidência, continuam  a ter uma democracia com telhados de vidro.O estigma da côr e a intolerância racial, continuam bem vivos na sociedade, especialmente no  que toca ao sul do país, e nem o grande salto  de Tim Scott para o senado pela Carolina do Sul consegue branquear.Isto foi recentemente confirmado por uma proeminente  senadora do partido democrata Mary Landrieu.A eleição de Obama tinha o condão de mudar o estereótipo sobre os negros, que agrava as desigualidades sócio económicas, mas nada disso sucedeu.Na America enquanto os decisores políticos forem econtrados pelo tamanho do bolso, será impossível  a sociedade ultrapassar velhas verdades, atitudes e paradigmas conservadores.Ora para quem como nós moçambicanos, combateu o colonial fascismo com o seu racismo anacrónico, e ajudou a erradicar o regime do apartheid, difícilmente entenderá  uma constituição que permite um destilar  diário de ódio racial contra os negros, e outras denominadas minorias , na praça pública e redes sociais.Na América existem  grupos como o Ku-klux-Klan de outras organizações neonazistas cuja acção é protegida da Lei.Enquanto isso, os descendentes de africanos, levados  como escravos continuam no baixo escalão sócio económico, numa América  doutrinária,  sob a égide do Tea party.Também não entendo a tentativa de influenciar a política interna moçambicana da parte de representantes de alguns governos neoliberais europeus, a governar mal e porcamente  alguns países da Europa.Quanto ao Canadá custa-me imaginar que o Alto comissário em Moçambique tenha sugerido suposto governo de unidade.Um autêntico delírio descontextualizado de alguém que desconhece a realidade moçambicana.Desta forma  pode-se ter uma ideia da política externa federal canadiana sob a liderança de Stephen Harper, do partido Conservador.Um autêntico fiasco.Os canadianos suspiram por um Trudeau, o que vale é que em 2015 terão um novo Trudeau, Justin Trudeau.

Nestas eleições o partido Frelimo fez uma demonstração de força colectiva congregadora dos anseios mais profundos dos moçambicanos.Continua dono absoluto da sensibilidade política, que vai da esquerda ao centro esquerda chegando ao centro político, que de comum comungam patriotismo, democracia e justiça social.Ser militante do partido Frelimo  já não é uma imposição normativa como foi em tempos.É ter convicções  políticas  e económicas de acordo com a visão sócio política e económica de um partido social-democrata moderno e actualizado.Estar de acordo com o figurino ideologizado à justiça social ,e a equidade em favôr dos menos preveligiados , direito das mulheres, de jovens, idosos, e dos mais pobres.A Igualdade e a equidade substantivas, com suas subtis diferenças de entendimento, são princípios fundamentais para a formulação de políticas públicas, voltadas para a promoção da justiça social e da solidariedade.Cada vez temos mais moçambicanos educados, e isso tem sido fundamental na consolidação do núcleo juvenil esclarecido, que se multiplicou.Em Africa os presidentes  devem dar atenção às novas exigências de uma juventude muito mais consciente políticamente sobre o perfil democrático desejado,  e mais envolvida e ansiosa para ser ouvida,exigindo  um  papel relevante em todas as transformações sócio político económicas da sociedade. Moçambique rumo ao progresso

  Ps. Como autor do texto reservo-me no direito de nao permitir que o texto seja reproduzido na rede social e ferramenta de busca google por qualquer blog que nãoseja o jornal domingo.

Inácio Natividade

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