Hoje não vou escrever sobre a cobertura jornalística de eleições, mas de episódios épicos e cómicos que acontecem entre os provedores do serviço de catering e lavandaria para os jornalistas que vou encontrando por este extenso e belo país. Estávamos nós no segundo dia da campanha eleitoral, concretamente no distrito de Marínguè, província de Sofala, e a nossa zelosa coordenadora encomendou um almoço cujo menu foi um misto de água e sal de galinha cafreal e grelhada, tendo como acompanhantes xima e salada de alface, uma delícia de deixar cair saliva na boca. Degustada esta primeira iguaria, eis que um dos colegas teve uma ideia brilhante: “que tal contribuirmos para comprar um cabrito para o jantar no próximo distrito?” A ideia foi prontamente acolhida e aplaudida, pelo que cada um dos integrantes do grupo tirou 200 meticais. Éramos 30, sem contar com os motoristas. A seguir, o colega que anunciou a sua ideia foi ao mercado onde conseguiu adquirir dois cabritos, um a 1200 e outro 900 Meticais, totalizando 2100 Meticais. O nosso colega ainda teve que providenciar lenha para cozinhar os dois cabritos e comprar um recipiente para levar ao próximo destino tendo gasto cerca de 600 meticais. Aquele colega mostrou os seus dotes na cozinha e o caril de cabrito saiu perfeitamente para o gáudio de todos, incluindo o autor deste “Rabiscos” que, diga-se de passagem, também entende de “pilotar fogões e panelas”. Terminado o preparo, e porque o dia já era longo, tínhamos que avançar para o próximo destino, neste caso, o distrito de Caia, nas margens do rio Zambeze, onde iríamos pernoitar. Chegados aqui, um outro colega entrou em cena e foi procurar alguém para preparar a xima para cerca de 30 pessoas. Leia mais…
A xima mais cara que dois cabritos
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