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PROLIFERAÇÃO DE SEITAS: INCÚRIA DE QUEM DE DEVER

Por Idnórcio Muchanga

Remove de mim o caminho da falsidade, e favoreça-me com a tua própria lei” Salmos 119:29

Antes de entrar no coração do assunto, começo por socorrer-me novamente daquela célebre e sábia passagem do pastor da Igreja Baptista norte-americano Martin Luter King Jr., que trouxe para aqui na semana passada que como estamos lembrados reza o seguinte: ”o que mais preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem carácter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”. Eu acrescentaria a complacência dos honestos. Significa isto dizer que a incúria e o desleixo de quem devia ter cortado o mal pela raiz encorajam o seu (do mal) crescimento. Nem mais! Quer a proliferação de seitas (porque de igreja não têm nada como veremos mais adiante), quer a proliferação de barracas, a proliferação de vendedores informais, de confeccionadoras de refeições ao relento, de “my loves”, sem nenhuma segurança, a multiplicação de prostíbulos (vulgo gones), o crescimento do número de consumidores e fornecedores de drogas, a intensificação de “chapeiros” desordeiros, tudo isso prospera sob o beneplácito e conluio de quem devia se impor. De quem “tem a faca e o queijo na mão”, como sói dizer-se, expressão que significa ter todas as condições para resolver algo e não o fez, alguém a quem é pago para executar e não o faz! Agora sim, vamos ao âmago da questão de hoje: sobre multiplicação e proliferação de seitas. O Governo criou um ministério, onde está inserida uma direcção ou departamento, com pessoas competentes, devidamente credenciadas para zelar pela harmonização do ambiente religioso no país, porém, é o que todos nós estamos assistindo. Afinal, qual é o problema que têm essas pessoas ou essa instituição em impedir que quaisquer pilantras, indivíduos que não possuem carácter, uns vigaristas e desonestos, de ma índole, sejam impedidas de abrir as suas espeluncas e se intitulem de “profetas”, “bispos”, “pastores”, “videntes” e eu se lá!? Ou será que a corrupção também penetrou e manietou essas pessoas ou instituição que se supunham competentíssimas? Que credenciais apresentam esses oportunistas e falsos profetas, aqueles que não apresentam a palavra de Deus na sua pureza, mas que a diluem e a esgotam em milhares de palavras humanas que saem do seu coração? São pessoasque usam o nome de quem morreu embutido e esticado numa haste, sem culpa e apenas por amor a todo o Homem, e eles se arrogam de “milagreiros”. Apenas a título de exemplo, num dos bairros (por sinal um dos mais pequenos bairros desta cidade de Maputo), capital desta martirizada Pérola do Índico, num pequeno quarteirão de cerca de meia dúzia de casas, contabilizamos mais de dez “igrejas”! Só que, mesmo com essa disseminação de denominações religiosas, o crime também não pára de crescer, nesse bairro, porque em cada esquina, quando menos se espera, alguém leva uma paulada ou uma catanada. Que moral tem aquele tal do “profeta”, credenciado por alguém competentíssimo, que empoleirado num banquinho de um metro e meio de altura obriga os seus seguidores a ajoelharem-se junto do tal banquinho e a lavarem a cabeça e a cara com a água que primeiro lavou os pés do dito profeta!? E que nomes pretensiosos e extravagantes ostentam tais igrejas!? São nomes típicos que qualquer pessoa minimamente informada facilmente descobre tratar-se de uma propaganda barata. Leia mais…

Por Kandiyane Wa Matuva Kandiya
nyangatane@gmail.com

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