Em 11 anos de Presidente da República, Samora Machel visitou uma única vez a cidade de Tete, segunda quinzena de Setembro de 1986, menos de um mês antes do trágico acidente que vitimou o Pai da Nação, em 19 de Outubro. Não se conta a sua passagem por ela na histórica viagem triunfal, do Rovuma ao Maputo, que terminaria com a proclamação da Independência de Moçambique.
Samora vinha a Tete, 11 dias depois da deslocação turbulenta ao Malawi para a cimeira tripartida (incluindo Keneth Kaunda, Presidente da Zâmbia, e Kamuzu Hasting Banda, do Malawi), que serviu para Moçambique apresentar as provas de que a antiga Niassalândia conspirava contra o nosso país, com a exibição de passaportes daquele país passados a favor dos líderes da Renamo.
De regresso a Maputo declarou que as hostilidades estavam abertas e que os mísseis de que Moçambique dispunha já tinham o inimigo-Malawi. Foi por isso que na sua visita a Tete, foi acompanhado por conselheiros militares russos e cubanos e foi visitar o distrito limítrofe de Angónia.
Mas o que mais interessava a um professor e que dirigia uma escola (como eu era) resumia-se em dois pontos, nomeadamente, a reunião que o Presidente teve com os trabalhadores da Hidroeléctrica de Cahora-Bassa, na vila do Songo, e o comício popular que teve lugar no Campo do Desportivo, na cidade de Tete, a 21 de Setembro.
Por Pedro Nacuo