Quando eu era pequenino, na longínqua década de 60, lá no meu bairro, no posto administractivo de Macuse, o qual carinhosamente chamávamos “Islampur”, no regulado Voabil, Mwene Raia, brincávamos de coisas interessantes, sem maldade, sempre com aquela inocência de criança.
Essas brincadeiras iam desde a neca, passando pela linha, narighote, tik-tak, lencinho na mão, cabra-cega até ao polícia-ladrão. Polícia-ladrão era assim: um grupo escondia-se e outro tapava os olhos com uma venda, quando os que se iam esconder gritavam “já…esta!…”, tirava-se a venda dos olhos dos integrantes do outro grupo, o qual tinha a tarefa de, com “pistola” em punho, normalmente um pau a fingir, procurar os “ladrões” até os encontrar e puni-los. Depois era vice-versa e a brincadeira animada prolongava-se por horas intermináveis. Polícia-ladrão era uma brincadeira que tinha como moral da história ensinar que os homens da lei e ordem têm a nobre missão de descobrir aqueles que escondem por trás de si coisas más e condenáveis na sociedade. O polícia tem a tarefa de descobrir os ladrões e puni-los, para que não repitam as coisas más que apoquentam a sociedade. E assim os meninos da minha idade cresceram com a imagem de que quem vai integrar a polícia é gente com responsabilidade de zelar pelo bem-estar e tranquilidade dos cidadãos, nas suas áreas de jurisdição. Leia mais…
Por António Barros