Ya! A sua humildade chegou ao ponto em que nunca tivesse dito, por omissão propositada, qual era a sua data de nascimento. Assim passámos mais de 24 anos, todos os dias a saber onde o outro se encontrava. Mas sempre se dispôs a querer saber dos aniversários dos seus amigos.
Sempre me senti deveras comprometido com quem não se esquecia do meu aniversário, tal que, em cada princípio de ano, perguntava onde passaria o meu aniversário, sabido que, bastas vezes, em razão da agenda de trabalho de um repórter solitário numa província muitas vezes não coincidia passá-lo junto da família. Tal era a vida ambulante que levava, tanto em Nampula (seis anos) quanto em Cabo Delgado (dezoito anos).
Em 2003, muito cedo combinámos que o meu aniversário passaria enquanto estivéssemos na sede do distrito de Meluco, visto que era o único tempo que teria para me apresentar um “estrutura”. Tratava-se de um administrador, na altura afecto àquele distrito, Eduardo Cando, mas que vinha despromovido da sede do Ministério da Administração Estatal. Disse- -me que era um seu amigo que devia conhecer e com ele perceber as vicissitudes da vida.
Texto: Pedro Nacuo
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