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A geração dos antidepressivos

Por Luísa Jorge

Sei do passado que não vivi. Foram-me transmitidos pelos meus pais, em especial pelo meu papá, um nato contador de his tórias. Grande parte delas eram histórias vividas, algumas ilustradas com fotogra fias guardadas no seu livro de casamento. Um livro branco pérola, cujas fotografias-fixadas em conjunto de quatro em cada página eram protegidas por uma delicada folha de papel vegetal brilhante.

O livro estava cuidadosamente deposi tado na grande mala de madeira, que pro vavelmente minha mãe havia ganho como presente da sua família na cerimónia do xiguiane. Acredito piamente nisso. Em casa tínhamos duas malas antigas, contu do, a mais requintada encontrava-se nos aposentos do casal.

O certo, deixa-me dizer, é que eu e a minha irmã mais velha amávamos folhear aquele livro bem volumoso. Muitas das vezes o levávamos para junto do nosso pai, para que ele tirasse as nossas dúvidas sobre as pessoas e os lugares que víamos naquelas fotografias, maioritariamente a preto e branco. Leia mais…

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